O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia afirmou hoje, no Faial, que as novas tecnologias, como os veículos aéreos não tripulados, vão ter “uma importância crescente” nas atividades de fiscalização e vigilância da Zona Económica Exclusiva dos Açores.
Fausto Brito e Abreu falava durante uma visita ao Porto Comprido, junto ao Vulcão dos Capelinhos, onde estão a ser feitos testes com drones que vão ser utilizados para a fiscalização das pescas e para a monitorização do ambiente marinho nos Açores.
Os testes agora iniciados, que decorrerão ao longo deste ano em todo o arquipélago, enquadram-se na estratégia do Governo dos Açores de dotar a Inspeção Regional das Pescas de meios tecnológicos avançados que permitam melhorar a sua operacionalidade no terreno.
“Os veículos aéreos não tripulados constituem um ótimo instrumento de auxílio à fiscalização e controlo da pesca, permitindo simultaneamente a recolha de informações de monitorização do ambiente marinho no arquipélago”, defendeu o Secretário Regional.
Segundo Brito e Abreu, “o desempenho de um sistema aéreo não tripulado constitui uma mais-valia determinante, e mais vantajosa do ponto de vista de custos operacionais, para o sucesso deste tipo de missões, quando comparado com a utilização apenas dos meios navais e aéreos tradicionais”.
O Governo Regional articula as suas ações de fiscalização com a Polícia Marítima, a Marinha e a GNR mas, atendendo à dimensão da área marítima dos Açores, o tempo de intervenção dos meios atuais torna-se a variável mais importante neste tipo de operações.
O projeto está a ser liderado pela Inspeção Regional das Pescas, em colaboração com a Autoridade Marítima e a GNR, em parceria com a empresa portuguesa Tekever.
Os primeiros testes com drones, que começaram terça-feira, foram apresentados a uma delegação de deputados da Comissão das Pescas do Parlamento Europeu, que se encontra em visita à Região.
A Inspeção Regional das Pescas e a empresa Tekever apresentaram uma candidatura conjunta ao programa European Economic Area Grants (EEA Grants) para adaptação de sistemas aéreos não tripulados a missões de fiscalização e vigilância marinha das áreas protegidas da Zona Económica Exclusiva (ZEE) da Região.
Esta candidatura faz parte de uma parceria de Investigação e Desenvolvimento mais vasta, concretizada entre o grupo tecnológico português e o Governo Regional dos Açores, através da Inspeção Regional das Pescas, que visa promover a utilização destes meios em missões de fiscalização e controlo da pesca e de vigilância ambiental, nomeadamente em áreas marinhas protegidas do arquipélago.
Entre as operações previstas encontram-se missões de vigilância das atividades pesqueiras em zonas protegidas, deteção e monitorização de desastres ambientais em meio marítimo, como derramamento de poluentes, suporte a estudos científicos, nomeadamente o controlo de parâmetros do ar ou da água do mar, ou deteção e monitorização de migrações de fauna, podendo ainda funcionar como suporte a operações de investigação do meio marinho através da recolha de dados experimentais obtidos através de sensores instalados no mar.
A candidatura agora apresentada ao programa EEA Grants prevê um prazo de execução de cerca de um ano e meio.