Os membros do Governo dos Açores que hoje iniciaram uma visita à ilha do Pico foram recebidos no aeroporto por 20 manifestantes que se queixavam de falta de eletrificação no lugar do Cais do Morato, concelho da Madalena. O grupo de manifestantes empunhava cartazes em que exigiam a rápida eletrificação de uma zona à beira-mar onde existem perto de 80 adegas e casas de veraneiro, 20 das quais são ocupadas durante todo o ano, e que continuam a ser alimentadas por uma rede provisória de energia há mais de uma década.
“Nós temos luz provisória, pagamos muito caro, mas e energia é muito fraca e nem dá para ligar uma máquina de secar no inverno”, queixou-se Conceição Rosa, uma das moradoras do Cais do Morato, em declarações aos jornalistas.
Conceição Rosa mostrou-se “cansada de promessas”, quer por parte do Governo Regional, quer por parte da Câmara Municipal da Madalena, que, segundo os manigestantes, apesar de se terem comprometido a eletrificar aquela zona nunca avançaram com a obra.
“É só promessas que a gente ouve, mas parece que as promessas já não valem nada hoje em dia. As promessas aparecem em tempo de eleições, mas depois esquecem-se”, lamentou a moradora.
O grupo elevou o tom do protesto quando o presidente do Governo Regional saiu da aerogare do Pico, seguido da sua comitiva, para se dirigirem para as viaturas que os aguardavam, mas Vasco Cordeiro fez questão de inverter a marcha, cumprimentar os manifestantes e fazer um ponto de situação.
“Este assunto da eletrificação do Cais do Morato é para resolver”, prometeu o chefe do executivo junto dos manifestantes, explicando, porém, que o fim do atual quadro comunitário de apoio (através do qual a obra seria financiada) poderá obrigar a adiar o investimento mais algum tempo.
Os manifestantes estiveram reunidos, posteriormente, com o secretário regional dos Transportes, Vítor Fraga, que tutela a área da Energia, mas, a julgar pelos aplausos com que brindaram as explicações de Vasco Cordeiro, parecem ter ficado satisfeitos com o que ouviram.
O governo açoriano iniciou hoje uma visita estatutária de dois dias à ilha do Pico para se reunir com as forças vivas locais e ouvir as reivindicações do Conselho de Ilha.
Lusa
