Governo dos Açores recomenda aos estudantes que permaneçam no continente e disponibiliza apoios

O Governo Regional dos Açores recomendou hoje aos estudantes açorianos deslocados no continente português que permaneçam onde estão, devido à pandemia da covid-19, mas disponibilizou apoios ao alojamento e alimentação para situações de carência económica.

“Aquilo que nós recomendamos agora é que estes estudantes se mantenham onde estão. Quem quiser regressar, poderá fazê-lo através da TAP para a Terceira e para São Miguel, cumprindo as regras de quarentena obrigatória, depois da chegada, e nas situações que careçam de apoio social estamos já a disponibilizar este tipo de apoio”, afirmou hoje o secretário regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares, Berto Messias, numa conferência de imprensa em Angra do Heroísmo.

Para tal, o Governo Regional criou também a Linha Verde de Apoio ao Estudante, que entra hoje em funcionamento.

Um grupo de 146 açorianos a estudar no continente enviou uma carta, no início deste mês, ao presidente do Governo Regional dos Açores, solicitando uma intervenção junto do Presidente da República para que fosse realizado um “resgate seguro” para as suas ilhas de residência.

Os estudantes sugeriam mesmo que esse resgate fosse realizado através do recurso a um avião C295, da Força Aérea Portuguesa, com capacidade para 70 passageiros.

Questionado pelos jornalistas, Berto Messias disse que não é possível “fazer grandes previsões” de como o surto vai evoluir, mas frisou que a possibilidade de recurso a um avião militar “não está para já equacionada”.

O executivo açoriano admite fazer uma reavaliação da situação no dia 30 de abril e, se necessário, “implementar novas soluções”, consoante o evoluir do surto e o número exato de estudantes que pretendem regressar à região, que ainda não está apurado.

“Vamos implementar estas medidas de imediato, mas, acima de tudo, terá de estar a saúde pública e a proteção dos estudantes, das suas famílias e dos nossos concidadãos que cá estão”, sublinhou o titular da pasta dos Assuntos Parlamentares.

Os estudantes que optem por permanecer no continente português e se encontrem em “situação de carência e precariedade” poderão solicitar ao Governo Regional um apoio financeiro para fazer face a despesas com alojamento e alimentação ou com o cancelamento de passagens aéreas para a região.

O Governo Regional atribuirá também um apoio financeiro aos estudantes que já tinham passagens de regresso compradas na companhia aérea Azores Airlines, que se tenham visto obrigados a alterar o voo para a TAP, tendo em conta que a companhia regional suspendeu as suas ligações.

Será ainda disponibilizado, em caso de necessidade, apoio psicológico tanto para os estudantes, como para as suas famílias.

Os pedidos de apoio social e as intenções de regresso à região devem ser comunicados através da Linha Verde de Apoio ao Estudante Deslocado (800 24 25 26), que entrará hoje em funcionamento e estará disponível de segunda a sexta-feira entre as 10:00 e as 17:00, ou pelo email apoioestudantes@azores.gov.pt.

Os jovens que pretendam regressar aos Açores “devem fazê-lo através dos voos da TAP que se realizam para as ilhas Terceira e São Miguel, dentro das disponibilidades existentes e cumprindo todas as normas de segurança estipuladas”, sendo que a ocupação dos voos da TAP está limitada a “um terço do número de lugares disponíveis”.

À chegada terão de ficar 14 dias em confinamento num hotel, tal como todos os outros passageiros que aterrem nos Açores.

As viagens de passageiros inter-ilhas no arquipélago estão suspensas, sendo permitidas apenas deslocações pontuais com autorização da Autoridade de Saúde Regional.

Questionado sobre a situação dos estudantes de outras ilhas que não Terceira e São Miguel, Berto Messias disse que, após os 14 dias de confinamento, “serão acionados os mecanismos que permitam essa distribuição para as respetivas ilhas”, mas em articulação a Autoridade de Saúde Regional e consoante a contexto do surto no momento.

Já foram confirmados 72 casos de covid-19 nos Açores, em seis ilhas, estando um deles recuperado.

São Miguel, a maior ilha do arquipélago, é que a tem mais casos registados (35), seguindo-se Terceira (11), Pico (10), São Jorge (sete), Faial (cinco) e Graciosa (quatro).

 

Lusa

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