O Governo dos Açores rejeitou hoje que exista uma situação “anormal” no recrutamento de professores, adiantando que apenas ficaram três vagas por preencher no concurso e prometendo resolver as necessidades registadas no início do ano letivo.
“Todos os anos letivos, no passado, este ano e os próximos, terão sempre novidades e necessidades, até muito recorrentes e outras vêm da transformação que estamos a fazer no nosso sistema educativo, mas elas vão-se resolver”, prometeu o presidente do executivo açoriano (PSD/CDS-PP/PPM).
José Manuel Bolieiro falava aos jornalistas na inauguração da Escola Básica Integrada dos Arrifes, em Ponta Delgada, no arranque do ano letivo.
O líder do Governo Regional admitiu dificuldades em recrutar “professores em alguns territórios”, dando o exemplo da ilha das Flores, mas garantiu que o executivo está a trabalhar para solucionar a falta de docentes.
“Temos de encontrar soluções para compensar a ausência dos professores devidamente qualificados. Há sempre soluções possíveis. Não é o ideal, mas estamos a trabalhar e a progredir nessa matéria”.
Bolieiro disse guiar-se pela “realidade objetiva” e não pela “vontade de maldizer” quando questionado pelas acusações de falta de planeamento no novo arranque letivo.
“Quem critica o que fazemos, que é muito mais do que aquilo que fizeram ao longo dos anos, perde logo a moral. E aí estamos conversados. Mas eu não me guio pelo que dizem e pela vontade de maldizer. Eu guio-me pela realidade objetiva”, assinalou, aludindo às críticas do PS (que governou a região entre 1996 a 2020).
Também em declarações à comunicação social, a secretária da Educação, Cultura e Desporto rejeitou a existência de uma “situação anormal” quanto à falta de professores nas escolas da região.
“Não há uma situação anormal por reporte à situação global em que nos encontramos. Nós, desde o primeiro momento, ainda no governo anterior, o XIII governo, demos nota de um problema estrutural de falta de professores”, vincou.
Sofia Ribeiro especificou que o número de professores colocados na primeira fase foi “muito superior às necessidades”, apesar de, em muitos casos, aqueles profissionais não se terem candidatado às escolas com carência de docentes.
“Nas primeiras colocações, verificou-se que havia ficado 88 vagas desertas. Nesse seguimento, colocámos novamente a concurso. Apesar dessas 88 vagas desertas, tínhamos 460 disponibilidades de concurso de uma forma global”, detalhou.
E acrescentou: “Os processos estão a ser agora completados. A informação que temos é que ficaram, de 88, três vagas por colocar, numa situação que está a ser acompanhada por nós junto das escolas”.
A governante reconheceu que ao longo do ano letivo acontece uma “série de não comparências ou de baixas”, o que obriga à “redistribuição do serviço”, num “processo de grande exigência”.
O recrutamento dos professores “vai sendo resolvido na medida em que é reportado fruto da relocação em regime de concursos, quer no que resulta da própria reafetação e da redistribuição do serviço docente”, sinalizou.
Sofia Ribeiro voltou a informar que estão em falta cerca de 200 assistentes operacionais nas escolas, mas ressalvou que o número poderá sofrer alterações na sequência do reporte das escolas.
“Está já concluído o processo para ser ultimado na produção legislativa que visa criar uma bolsa de recrutamento de assistente operacionais nas nossas escolas, que concorrem para a colocação em quadro ou contratação a termo”, concluiu.
Lusa