O presidente do Governo e do PS dos Açores acusou hoje o executivo de Passos Coelho de ser incapaz de resolver os problemas do país e de destruir “o que está bem”, apontando as estimativas da UTAO.
Vasco Cordeiro falava no encerramento do congresso da JS/Açores, em Ponta Delgada, e na intervenção perante os congressistas referiu-se às estimativas da Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República conhecidas esta semana e que apontam para um défice de 8% no primeiro trimestre deste ano.
“Entretanto, de crescimento económico, nada, a recessão agrava-se. De criação de emprego, nada, o desemprego aumenta, e em especial o desemprego jovem. A escola pública está em perigo, os pensionistas e reformados estão sob ataque. Ou seja, este Governo da República do PSD e do CDS-PP não só é incapaz de resolver o que está mal, como está, ainda por cima, a destruir o que está bem”, afirmou.
Vasco Cordeiro, que falava na qualidade de presidente do PS/Açores, considerou que a crise mundial, europeia e nacional ameaça “transformar-se num explosiva crise social” e defendeu que o “desafio principal” a que é preciso dar resposta “tem a ver com as pessoas”.
“É aqui que reside o desafio da criação de emprego, de salvaguardar a segurança social, de salvaguardar a escola pública, de lutar por tantas e tantas conquistas de que a esquerda democrática tem todas as razões para se orgulhar, porque foi fundamental para a sua concretização”, afirmou.
Para Vasco Cordeiro, estes são “tempos de coragem”, de não resignação “à tão apregoada inevitabilidade deste caminho”.
“O que se espera pois da esquerda, o que se espera dos socialistas, desde logo a nível europeu, é a construção de uma alternativa credível, concreta, eficaz, que tenha as pessoas no centro das soluções e por essa via se constitua como caminho de saída da atual situação”, acrescentou.
Vasco Cordeiro considerou que está já “demonstrado até à exaustão” que os partidos à direita do PS não são solução, sendo incapazes, em Portugal e na Europa, de “dar novo impulso” à União Europeia e de a libertarem “das teias da austeridade”.
Para o líder do PS/Açores, o caso do Governo português é um bom exemplo disso: “Em vez trabalharem para que o défice cumpra as previsões, o Governo da República do PSD e do CDS-PP altera as previsões para ver se acerta no défice”, referiu.
Vasco Cordeiro sublinhou por várias vezes que é possível outro caminho, apontando os resultados da “via açoriana”: um défice de 0,4%, uma dívida pública que representa 19% do PIB ou o aumento do complemento regional dado às pensões nos Açores.
A JS/Açores terminou hoje o seu XI congresso, tendo eleito um novo líder, Guido Teles.
Lusa