O cenário agravou-se em meados da semana passada, quando o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou que os Açores eram a segunda região do país com mais desemprego no final no ano passado, com 15,1%.
O problema pode, no entanto, complicar-se, já que o vice-presidente do Governo dos Açores, Sérgio Ávila, admitiu que a taxa de desemprego na região pode atingir 16 ou 17% no final de março.
Na primeira reação oficial aos dados do INE, o presidente do executivo, Carlos César, admitiu um “aumento significativo” do desemprego na região, que atribuiu a um “ajustamento” em curso, e assegurou que o problema será ultrapassado em breve.
Para Carlos César, o atual aumento do desemprego nos Açores deve-se a um “período de ajustamento da capacidade empresarial às potencialidades do mercado e à capacidade de financiamento bancário”. O governante admite que o problema afeta especialmente a “construção civil, restauração e pequeno comércio”.
A situação das empresas e do emprego na região é o tema central da reunião do Conselho do Governo marcada para sexta-feira, em que também vão participar os parceiros sociais.
A reunião contará durante a manhã com os presidentes das câmaras de comércio e indústria dos Açores (de Ponta Delgada, de Angra do Heroísmo e da Horta), além do presidente da Associação dos Industriais de Construção e Obras Públicas dos Açores, enquanto os trabalhos da tarde terão a presença dos líderes regionais das duas centrais sindicais, UGT e CGTP.
Um dia antes, na quinta-feira, a Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) também vai reunir com as centrais sindicais para analisar a situação social e económica, especialmente ao nível do desemprego.
Em reuniões separadas durante a tarde, a CCIPD vai receber os dirigentes regionais da UGT e da CGTP para tentar encontrar soluções.
O aumento do desemprego estará também no centro das atenções na reunião do secretariado regional da UGT/Açores, marcada para quinta-feira de manhã. Em discussão vão estar nomeadamente as causas do fenómeno e a sua caracterização socioprofissional, etária e geográfica.
Para a UGT/Açores, “o momento atual exige da parte de todos os responsáveis políticos e sociais regionais um especial empenhamento na procura urgente de um conjunto de políticas e medidas concretas de caráter estruturante que assegure o desenvolvimento económico sustentado, baseado no investimento reprodutivo, que garanta a criação de emprego”.
Para analisar a atual situação, a UGT/Açores também tem um encontro marcado para a manhã de sexta-feira com a Federação Agrícola dos Açores.
Lusa