O Governo avançou hoje que “está a completar” uma proposta de revisão do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os EUA sobre a Base das Lajes e reiterou a importância da cooperação entre os dois países.
Um dia depois de o Departamento de Defesa norte-americano ter entregado ao Congresso um relatório que afasta a hipótese da Base das Lajes receber um centro de informações, que está planeado para Inglaterra, e qualquer outro uso alternativo, o Governo português reafirma, em comunicado, “o elevado potencial das infraestruturas existentes na ilha Terceira”.
Este potencial é “reforçado pela sua localização estratégica, não só para o domínio da Defesa mas para um leque mais alargado de funções e utilizações”, salienta o comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros enviado à agência Lusa.
Numa altura em que decorre a próxima fase deste processo noutras instâncias dos EUA, o Governo diz que “continua empenhado em demonstrar e identificar todos os elementos úteis que permitam uma apreciação adequada das condições da Base, da ilha e do arquipélago dos Açores no seu conjunto”.
Estas condições — explica – vão muito para além do apoio necessário aos efetivos norte-americanos que ainda se manterão na ilha Terceira após a redução decidida no ano passado.
“A redução da presença militar norte-americana que se tem verificado nos últimos anos na Base Aérea n.º 4, nas Lajes, e a forma como ela foi decidida unilateralmente, altera de maneira fundamental as circunstâncias que levaram à celebração do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América”, sublinha.
Nesse sentido, o Governo anuncia que “está a completar uma proposta de revisão do Acordo de Cooperação e Defesa entre Portugal e os Estados Unidos da América”, cuja apresentação ficou acordada na Comissão Bilateral Permanente em junho de 2015.
Reitera ainda a importância da cooperação entre os dois países e “a vontade firme de a desenvolver e reforçar, na defesa como noutros domínios”, incluindo os aspetos que possam beneficiar a Região Autónoma dos Açores e, especificamente, a ilha Terceira.
A 08 de janeiro, o então secretário da Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, anunciou a redução de 500 efetivos da base aérea portuguesa nas Lajes.
No mesmo dia, o embaixador norte-americano em Lisboa, Robert Sherman, explicou que o objetivo é reduzir gradualmente os trabalhadores portugueses de 900 para 400 pessoas ao longo deste ano e os civis e militares norte-americanos passarão de 650 para 165.
A mudança será concretizada ao longo deste ano e representa para os Estados Unidos uma poupança de 35 milhões de dólares (29,6 milhões de euros) anuais.
Lusa