O PSD/Açores considerou hoje que o governo regional apenas decidiu extinguir a empresa pública Saudaçor porque esta deixou de servir para “esconder” dívida pública, o único propósito com que foi criada.
“O governo regional só extingue a Saudaçor porque a empresa já não servia o fim para que foi criada: esconder dívida pública, enganando os açorianos”, afirmou António Vasco Viveiros, porta-voz do partido para as áreas de economia e finanças.
O social-democrata, que falava após uma reunião da comissão parlamentar de inquérito ao setor público empresarial regional em que foram ouvidos o secretário regional da Saúde e a presidente do conselho de administração da Saudaçor, salientou que aqueles responsáveis “não conseguiram justificar com evidências qualquer vantagem” resultante da criação da empresa em 2004.
“O secretário regional da Saúde e a presidente da Saudaçor socorreram-se de argumentos sem qualquer adesão à realidade, só para encobrir a única e exclusiva razão da existência da empresa: cobrir o subfinanciamento das instituições do Serviço Regional de Saúde (SRS) recorrendo a empréstimos bancários, escondidos da dívida pública enquanto foi possível face às regras do perímetro orçamental”, explicou.
António Vasco Viveiros lembrou que, no final de 2017, o passivo da Saudaçor “ultrapassava os 650 milhões de euros e esse é o valor acumulado daquele subfinanciamento” do SRS.
“Os resultados da atividade da Saudaçor não se traduziram em qualquer vantagem para o SRS, ao contrário do que afirmaram em matéria de concursos públicos centralizados, cuja cobertura das compras totais das instituições é residual. O secretário regional da Saúde e a presidente da Saudaçor desconheciam ou não avançaram com qualquer valor credível, omitindo ou desconhecendo por exemplo, que os hospitais da Região recorrem maioritariamente aos concursos do ministério da Saúde para aquisição de medicamentos”, disse.
O porta-voz social-democrata lamentou ainda que o secretário regional da Saúde, na sequência da decisão de extinguir a Saudaçor, “não tenha respondido se as competências da empresa e o seu pessoal serão integrados na SRS ou se será criado um instituto, tal como existia antes da Saudaçor”.
O porta-voz do PSD/Açores para as áreas de economia e finanças recordou que a extinção da Saudaçor foi proposta pelo partido nos debates dos Orçamentos da Região de 2017 e 2018, “tendo sido chumbada pelo Partido Socialista”.