“O Governo dos Açores tem vindo a trabalhar em novas formas de comunicação, que a breve trecho estarão ao dispor de todos os jovens da Região, disse André Bradford, Secretário Regional da Presidência, na cerimónia de assinatura de um protocolo com o Instituto Português da Juventude para a aplicação nos Açores da campanha “Votar é Fácil”.
O governante que tutela a área da Juventude no Governo dos Açores considerou que “nos dias de hoje, os processos de participação activa na sociedade são claramente diferentes, para melhor, dos processos tradicionais”, adiantando que, por via disso, “a informação está disponível com muito maior facilidade e circula com muito maior celeridade, em moldes e com recurso a plataformas que se adequam praticamente a todo o tipo de predisposições, competências e capacidades”.
Não obstante este reconhecimento, André Bradford, sublinha que “paradoxalmente, as nossas sociedades – sobretudo as sociedades democráticas, globalizadas e de alto índice tecnológico – vivem um problema grave de participação cívica e, sobretudo, de participação política”.
O Secretário Regional reconhece que “a missão dos cidadãos, enquanto agentes cívicos e políticos fundamentais, está bastante mais facilitada do que alguma vez esteve historicamente”, mas lamenta que “nos nossos dias se assiste a um progressivo e preocupante afastamento do cidadão comum em relação aos mecanismos de participação no processo de decisão política e, em particular, em relação ao voto”.
A participação política, que é hoje, por lei e de facto, mais alargada e fundamentada do que nunca, para André Bradford, “parece ter-se tornado um fardo social, uma pesada decorrência da vida em sociedade, um dever burocrático, ao invés de se constituir como uma dimensão fundamental da cidadania e um esteio essencial do projecto de vida de cada um de nós”.
Aludindo à abstenção verificada nas eleições europeias de Junho ultimo, onde 8 em cada 10 açorianos com direito a voto não compareceram nas urnas, enquanto que a média de participação eleitoral em toda a União Europeia foi de cerca de 43%, também com o contributo do eleitorado jovem, o Secretário Regional da Presidência lembrou “outras gerações que lutaram pelo direito a se fazerem ouvir”. “Nós pertencemos a um tempo em que muitos prescindem do poder de escolherem, de influenciarem a decisão e de participarem activamente no futuro colectivo da comunidade onde estão inseridos”, disse.
Face aos dados disponíveis, André Bradford, explica que eles são “motivo para fazer tudo o que está ao nosso alcance no sentido de procurarmos reverter uma situação que corrói a democracia naquilo que ela tem de mais essencial – o direito de escolha”, acrescentando que “ médias de participação, com esta ordem de grandeza, a legitimidade dos eleitos sai naturalmente afectada, o sistema político-institucional perde sustentação e ânimo, e o fosso entre quem decide e quem é apenas destinatário passivo das medidas e decisões torna-se insustentável”.
O Governo dos Açores está atento a este fenómeno e o departamento que tutela a área da Juventude está a trabalhar para “perceber o que está mal ao nível da comunicação com o eleitorado, em especial com os jovens, de modo a que se concebam estratégias de participação e actuação mais eficazes e de maior eficiência social”. André Bradford, neste contexto, assume “esta responsabilidade”, mas lembra que “ela também é da sociedade que deve ser convocada para esta missão”.
“Não acreditamos que os jovens estejam alheados da sociedade nem indiferentes ao esforço comum de desenvolvimento dos Açores. Não temos esta imagem negativa. Temos, sim, a consciência de que, todos juntos, precisamos fazer algo mais no sentido aproximar a juventude das decisões de interesse público”, sublinhou.
Para responder a este desafio, o Secretario da Presidência, considera importante o “desenho de novas de diálogo para que a juventude se sinta parte integrante e responsável num projecto de aperfeiçoamento cívico e de cidadania que, afinal, é de todos” e indica que é “este propósito em mente que o Governo dos Açores tem vindo a trabalhar em novas formas de comunicação, que a breve trecho estarão ao dispor de todos os jovens da Região.
“Neste momento o Governo dos Açores trabalha na implementação do SIJA – Sistema de Informação aos Jovens dos Açores – que, na sua vertente digital, prevê a implementação de canais de comunicação directa, através de plataformas mundialmente conhecidas e muito utilizadas, como por exemplo o Facebook, o Hi5, o Twitter ou o Youtube, entre outras, de modo a que possamos “imediatizar” toda a informação e estabelecer uma presença mais directa e acessível junto da juventude”, anunciou o governante.
“Com este esforço esperamos que os jovens açorianos nos façam chegar as suas dúvidas e opiniões, comprometendo-se, para o efeito, a Direcção Regional da Juventude a disponibilizar os esclarecimentos mais relevantes, tendo em vista a partilha de conhecimento e o criação de parcerias com a juventude açoriana” concluiu.