“A nossa grande preocupação é combater o crime, mas, por outro lado, recuperar as pessoas que não têm culpa de serem vítimas desta situação”, afirmou Ana Paula Marques, secretária regional do Trabalho e Solidariedade Social, em declarações aos jornalistas no final da apresentação do Guia do Programa Impacto, elaborado pelo Centro de Terapia Familiar, com coordenação científica da Universidade da Corunha, em Espanha.
Ana Paula Marques salientou que o guia apresenta estratégias de intervenção, nomeadamente os procedimentos das sessões de terapia familiar e a orientação das crianças em sessões fora de casa, em colaboração com a escola, o jardim de infância ou a creche.
A secretária regional admitiu que existem algumas centenas de jovens e adultos que sofrem de problemas de violência doméstica, salientando que algumas vítimas são retiradas do contexto familiar e colocadas em casas abrigo, enquanto outras, nomeadamente recebem acompanhamento pontual no seio dos agregados familiares.
Ana Paula Marques frisou que os programas implementados nos Açores para combater a violência doméstica têm servido como “boas práticas” a nível nacional, mas lamentou que o atual contexto legislativo “não permita agir de forma tão célere quanto as autoridades e técnicos desejavam”.
“Às vezes, dá-se tempo de mais aos agressores para se corrigirem”, afirmou, acrescentando que, relativamente às crianças, “há que tomar decisões mais cedo”.
Ana Paula Marques lamentou ainda que seja dada “pouca importância” na comunicação social ao trabalho diário das equipas que trabalham “em permanência, 24 horas sobre 24 horas, para acompanhar as mulheres e as vítimas de violência doméstica”.
Lusa