Governo nega cedência de facilidades a voos da CIA nas Lajes

base-lajesO Governo insistiu que não houve nenhum sobrevoo ou escala de repatriamento de detidos de Guantánamo (Cuba) sobre território português nem nenhum pedido formal dos Estados Unidos, mas apenas diligências diplomáticas confidenciais.
Fonte do governo remeteu para as declarações de terça-feira do ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, no parlamento, depois de a edição digital do jornal espanhol El País ter noticiado, no domingo, citando documentos diplomáticos norte-americanos, que Portugal permitiu aos Estados Unidos “usarem a base dos Açores para repatriar detidos de Guantánamo”.

Na terça-feira, Amado assegurou que não houve nenhum sobrevoo ou escala de repatriamento de detidos de Guantánamo sobre território português, nem nenhum pedido formal dos Estados Unidos, mas apenas diligências diplomáticas confidenciais.

Luís Amado foi instado, na altura, a esclarecer o conteúdo de uma mensagem diplomática norte-americana divulgada pelo portal Wikileaks.

O jornal espanhol El País divulgou no domingo vários telegramas da diplomacia norte-americana disponibilizados no site da Wikileaks sobre Portugal. Num dos telegramas é mencionada a disponibilidade do presidente do BCP, Santos Ferreira, para canalizar para Washington informações sobre o sistema financeiro do Irão.

Seria, escreveu o El Pais, uma moeda de troca para não sofrer penalizações nos Estados Unidos por ter negócios com o regime de Mahmud Ahmadinejad. Os telegramas dos diplomatas dos EUA mencionam o alegado conhecimento que o primeiro-ministro português tinha da operação, o que o gabinete de José Sócrates negou pouco depois.

Os mesmos documentos mencionam ainda opiniões da diplomacia norte-americana sobre os chefes de Estado e de Governo portugueses, assim como sobre os líderes dos partidos da oposição.

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