O Governo dos Açores pretende iniciar em 2012 a amortização da dívida financeira do Serviço Regional de Saúde, integrada num conjunto de medidas que visam o equilíbrio financeiro deste sector, cujas dívidas ultrapassam 600 milhões de euros.
“Vamos equilibrar o sector da saúde e começar a amortizar a dívida financeira”, afirmou o secretário regional da Saúde, Miguel Correia, considerando ser “fundamental o equilíbrio financeiro” deste sector.
Miguel Correia, que falava no plenário da Assembleia Legislativa dos Açores durante o debate do Plano e Orçamento para 2012, anunciou para o próximo ano um reforço de 36 milhões de euros nas receitas dos três hospitais da região, mas também um “aumento na contenção dos gastos, mais poupança e melhor gestão”.
Na sua intervenção, o secretário regional da Saúde revelou também algumas medidas para combater as listas de espera, nomeadamente a criação de mais seis salas de cirurgia (três em Ponta Delgada e três em Angra do Heroísmo), o que permitirá realizar “mais 2.000 cirurgias em 2012 e mais 3.000 cirurgias em 2013”.
A disponibilização de mais 40 camas para cuidados continuados e a criação de 10 novas equipas de enfermeiros para cuidados continuados e paliativos foram outras das novidades anunciadas para 2012.
A intervenção de Miguel Correia mereceu críticas do líder da bancada parlamentar do CDS/PP nos Açores, Artur Lima, que questionou a “credibilidade” do secretário regional para anunciar o saneamento financeiro do sector da Saúde.
Por seu lado, Pedro Gomes, do PSD/Açores, apesar de admitir “assinaláveis ganhos” em alguns indicadores, frisou que a governação socialista na região falhou no sector da saúde, errando “nas prioridades e nas escolhas”.
Pedro Gomes recordou ainda a dívida de 600 milhões de euros do Serviço Regional de Saúde, questionando “se os ganhos em saúde justificam este nível de responsabilidades futuras e de endividamento”.
Para o PSD/Açores, as medidas financeiras previstas pelo governo para 2012 “são insuficientes para equilibrar” o setor, estimando Pedro Gomes que a situação se agravará em 60 milhões de euros no próximo ano.