A concretização de um plano de pagamentos em atraso do Governo Regional às empresas regionais “pode constituir uma medida essencial” para atenuar os efeitos da maior crise financeira, económica e social da Autonomia, defendeu hoje, em Ponta Delgada, o vice-presidente do grupo Parlamentar do PSD/Açores.
António Soares Marinho, em declarações à comunicação social, no final de uma reunião de trabalho com a Câmara do Comércio e Indústria dos Açores, lembrou que “os pagamentos a 30 dias muitas vezes referidos pelo Governo Regional são um mito, tal como o reconhecem os próprios empresários, pelo que o pagamento das dívidas em atraso, numa altura em que as empresas estão tão necessitadas, constitui por si só uma forma de atenuar as dificuldades que todos os açorianos estão a sentir”.
De facto, reforçou o dirigente social democrata açoriano, “o PSD/Açores entende que o plano e orçamento para este ano constituem documentos indispensáveis para lutar contra a crise”. “O nosso Partido está muito preocupado com o desemprego trágico que se regista, mas também com os problemas das empresas. Se não existirem empresas saudáveis não haverá emprego”, acrescentou.
Para António Soares Marinho a reunião com os empresários demonstrou que existem algumas dúvidas quanto à forma como a Região poderá responder à atual situação: “temos ouvido da parte dos empresários, e isso foi reforçado hoje, que este plano se destina a pagar investimentos já feitos, ou seja o seu efeito na economia não será reprodutivo”.
O vice-presidente da bancada do PSD/Açores considerou, ainda, “contraditório com o discurso que tem sido utilizado pelo Governo Regional a redução prevista nas verbas destinadas ao reforço da competitividade”. “Numa altura de grandes dificuldades e quando o Governo Regional diz que o apoio às famílias e às empresas é fundamental não faz grande sentido reduzir essas verbas”.
António Marinho assegurou, ainda, que “o PSD/Açores apesar de não ter qualquer responsabilidade nesta situação de crise profunda que se vive na Região, está disponível para ajudar a encontrar soluções, mas o Governo Regional tem também de demonstrar que está disponível para ser ajudado”.
“Do Plano e Orçamento, mais do que desculpas, os açorianos esperam respostas e soluções. É para isso que todos devemos trabalhar”, concluiu.