Governo Regional propõe que os três hospitais dos Açores sejam geridos pela mesma administra​ção

O secretário regional da Saúde dos Açores, Luís Cabral, anunciou hoje a criação de um Centro Hospitalar dos Açores, para que os três hospitais da região sejam geridos apenas por um Conselho de Administração.
“Prevê-se, no campo da reorganização estrutural hospitalar, a criação do Centro Hospitalar dos Açores, que aglutinará os três hospitais da região.

A gestão dos três hospitais passará a ter um único Conselho de Administração”, salientou, em conferência de imprensa, em Angra do Heroísmo, na Terceira.
A medida insere-se na proposta de reestruturação do Serviço Regional de Saúde do executivo dos Açores, elaborada após a audição dos parceiros sociais do setor e dos partidos políticos.
O documento prevê, de acordo com o secretário regional da Saúde, uma “efetiva complementaridade e articulação “entre os três hospitais (Terceira, Ponta Delgada e Horta), “evitando, sempre que possível, a duplicação desnecessária de investimento e o envio de doentes para as unidades fora da região”.
Segundo Luís Cabral, não está previsto o encerramento de centros de saúde no arquipélago, mas é proposta a uniformização da sua tipologia consoante a capacidade de resposta, passando a existir centros de saúde básicos, intermédios e avançados”.
Neste sentido, o Centro de Saúde da Povoação, em S. Miguel,  mantém-se como avançado, “face aos condicionalismos de acesso ao hospital de referência”, e os centros de saúde do Nordeste, Ribeira Grande e Vila Franca do Campo, na mesma ilha, são classificados como intermédios, “com horário de atendimento permanente alargado até às 20:00”.
As ilhas do Pico e de S. Jorge mantêm os atuais centros de saúde avançados (três no Pico e dois em S. Jorge), mas será feita uma nova avaliação das necessidades, após a introdução de viaturas de Suporte Imediato de Vida (SIV) nas duas ilhas.
A proposta apresentada incluiu também o acesso de médicos de família a todos os açorianos até ao final de 2016, quando termina a atual legislatura.
Nesse sentido, numa primeira fase, serão alargadas as listas de utentes por médico de família para 1.900.

Numa segunda fase, serão criadas políticas de reforço de incentivos à fixação de médicos de medicina geral e familiar, passando a lista de utentes para um número próximo dos 1.500.
O programa de deslocações dos especialistas às ilhas sem hospital mantém-se, mas “mais equitativo, diferenciando as situações urgentes das não urgentes”, complementando a informatização do processo clínico.
Luís Cabral anunciou também a implementação da “consulta do dia”, que permitirá “coordenar a deslocação de doentes aos hospitais para avaliação por um especialista, de forma a possibilitar o atendimento no próprio dia”.
O documento, garantiu, não tem em conta um “caráter económico”, mas antes a melhoria do funcionamento do Serviço Regional de Saúde.
“Fácil teria sido converter eventuais necessidades de redução contabilística em encerramentos à medida de unidades de saúde. Sério e responsável foi, ao invés, e no escrupuloso cumprimento dos direitos dos utentes, promover ganhos de eficiência do sistema com base em critérios de melhoria organizativa, funcional e técnica”, frisou.
As medidas foram enviadas aos parceiros sociais e aos partidos políticos e serão alvo de discussão pública durante um mês, de acordo com Luís Cabral.

 

Lusa

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