“Hoje, todo e qualquer turista que vem aos Açores quer provar o peixe dos Açores”, afirmou Luísa Schanderl, secretária regional da Economia, frisando que a ligação entre a pesca e o turismo “é cada vez mais relevante como contributo para o desenvolvimento da região”.
Luísa Schanderl falava em Ponta Delgada na abertura do seminário ‘Valorização do Pescado dos Açores’, salientando que este encontro permitirá refletir sobre a melhor forma de valorizar este recurso de grande potencial.
“A relevância da pesca nos Açores é por demais evidente. Nos últimos anos, essa importância tem vindo a afirmar-se ainda mais, não só como produto de exportação por excelência, mas também pelo valor que esta atividade pode trazer para outros setores da economia, como o turismo”, afirmou.
Nesse sentido, a secretária regional da Economia destacou a importância de serem utilizados os apoios previstos para a promoção dos produtos açorianos, considerando que podem ser de “grande utilidade” para as empresas desenvolverem os seus produtos, realizarem campanhas promocionais ou desenvolverem estratégias comerciais.
Por seu lado, José Luís Amaral, presidente da LOTAÇOR, empresa que gere as lotas açorianas e principal promotor deste seminário, considerou que a valorização do pescado açoriano é “um desafio e um trabalho conjunto”, defendendo a necessidade de “adequar a produção às necessidades e exigências dos mercados e dos novos consumidores”.
“Os consumidores de amanhã não são os de hoje”, frisou, acrescentando que “o homem está a tomar consciência de que o futuro coletivo e a sustentabilidade do planeta e dos recursos naturais dependem de cada um e das opções que se tomam todos os dias”.
“No mar reside uma riqueza imensa, mas que não é infindável”, alertou José Luís Amaral, frisando a necessidade de “valorizar” o pescado, que deve ser capturado de forma sustentável e ter um “manuseamento, tratamento e preparação culinária de acordo com a sua elevada qualidade”.
Para o presidente da LOTAÇOR é ainda necessário “diversificar o consumo, optando por espécies de menor valor comercial, mas que possuem alto valor nutricional”.
Estas questões vão estar em debate durante os dois dias de trabalhos deste seminário, cujas sessões abordarão temas como a gastronomia enquanto vetor de desenvolvimento turístico, a garantia da qualidade e sustentabilidade ambiental, social e económica, as novas tecnologias aplicadas ao pescado ou as campanhas de promoção do pescado.
O programa prevê ainda a participação de oito chefes de cozinha que, segundo José Luís Amaral, “vão dar uma mais-valia prática à valorização do pescado pela gastronomia, através de técnicas e tecnologias aplicadas à sua preparação”.
“Há 500 anos, o mar permitiu a Portugal dar novos mundos ao mundo. Hoje enfrentamos novos desafios e o mar ocupa um papel central na procura do conhecimento”, afirmou, frisando que “a nova fronteira é o mar profundo”.
Lusa