O PSD/Açores acusou hoje que o governo regional “de gastar sem controlo os dinheiros públicos em festas e festanças, numa altura em que poupa na saúde, aumenta as tarifas das creches, e sobrecarrega aquilo que já está a rebentar e que são os rendimentos das famílias açorianas”, disse esta tarde em plenário o deputado Clélio Meneses.
Numa declaração politica, o social-democrata referiu que “o problema não passa só pelo descontrolo interno na governação socialista mas, sobretudo, pelo descontrolo nos gastos dos dinheiros públicos, do dinheiro dos açorianos que tanta falta lhes faz”, disse o parlamentar, lamentando “o intenso e profundo ataque à classe média, aquela que contribui com o seu trabalho e com os seus impostos”, avançou.
“Há um desmando do dinheiro do povo açoriano, que não entende que se poupe na farinha e se gaste no farelo. O povo açoriano não aceita um governo que poupa na creche e gasta na discoteca, que poupa na saúde e gasta na festa. Não é piada, nem exagero”, disse o deputado.
“Ainda agora foi anunciada uma alegada poupança de 20 milhões de euros na saúde, avançada pelo mesmo governo que sabe, ou deveria saber, de todas as imensas dificuldades dos açorianos, mas que gasta desavergonhadamente milhões em festas e discotecas”, acusou.
“Passou o tempo em que o presidente do governo dizia que a crise passara ao lado dos Açores, o que não impediu o executivo de gastar quase 200 mil euros numa disco-party em Lisboa, de gastar quase 100 mil euros em comidas e bebidas para as Sete Maravilhas de Portugal, cujo cocktail custou ainda 70 mil euros, e que tiveram uma música que custou mais de 45 mil euros. A dita festa custou para cima de dois milhões de euros. Para uma só noite”, disse o social-democrata.
O social-democrata recordou que, “recentemente, o governo promoveu aumentos nas comparticipações das famílias nas creches e jardins-de-infância. Aumentou, à pressa e em cima do joelho, os encargos das famílias, apertando, uma vez mais, os já apertados orçamentos familiares”, salientando que, “surpreendeu as famílias numa altura em que as despesas estão orientadas, e até errou na própria forma de calcular os escalões, que provoca erros e injustiças”, denunciou.
“O PSD acompanhou a situação, contactou instituições, foi contactado por pais indignados, e denunciou o problema. O governo, em pretenso esclarecimento, chamou mentirosos aos deputados do PSD, mas foi o presidente do governo a suspender os aumentos que antes estavam certos e fundamentados”, referiu, considerando que “resta saber qual, no novo conceito de Carlos César qualificar as notícias, será uma não-notícia. A que chama nomes aos deputados do PSD e diz que o governo está a fazer bem, ou a outra, a dizer que o que estava bem foi depois cancelado”, questionou.
Clélio Meneses acusou também o presidente do governo de prometer “o aumento para o dobro da inflação do valor do complemento regional de pensão, e a alteração do regime do complemento regional de abono de família, sem fazer as contas. Ou então fez as contas e não quis dizer, o que também não abona muito em seu favor pois, na verdade, esse aumento vai apenas de 30 a 60 cêntimos por pessoa. Coisa que se esqueceu de dizer, assim como que, relativamente ao abono de família, não foi pago nem um euro em 2010”, concluiu.