O PSD/Açores anunciou hoje que vai pedir a audição do secretário regional da Educação e Cultura no parlamento regional sobre as “trapalhadas e contradições” que têm vindo a ser cometidas no núcleo sede do museu Carlos Machado, em Ponta Delgada, “encerrado pelo governo regional em 2006 para obras que nunca sequer começaram”.
Segundo o deputado social-democrata açoriano José Andrade, este é “um processo verdadeiramente inacreditável” que tem como consequência o encerramento do principal equipamento museológico da ilha de São Miguel durante oito anos “e ainda sem fim à vista” porque, acrescentou, “o governo já nos deu razões para não acreditarmos nas suas palavras”.
José Andrade recordou que o PSD/Açores “já por várias vezes denunciou este problema, mas tem esbarrado sempre na falta de explicações consequentes do governo socialista ou então em sucessivos compromissos de reabertura que acabam por nunca serem cumpridos”.
“O governo regional, só na primeira metade desta legislatura, já anunciou que o museu reabriria no primeiro semestre de 2013, no segundo semestre de 2013 e no primeiro semestre de 2014″, disse José Andrade. “Agora consta que, afinal, só vai reabrir em 2015, apenas parcialmente, e que só em 2017 é que teremos de volta o museu inteiro”, acrescentou.
Para o deputado social-democrata açoriano, “este processo é uma demonstração de sucessivas trapalhadas e contradições por parte dos diferentes governos socialistas” que já tiveram um concurso alterado, um concurso cancelado, um concurso anulado e um concurso inacabado”. “Ou seja, o governo ainda nem sequer foi capaz de iniciar a obra e só contribuiu para agravar ainda mais a situação de degradação do edifício com o seu encerramento prolongado”.
Segundo José Andrade, as confusões parecem continuar a marcar todo o processo, como se vê pelas mais recentes posições da secretaria regional da Educação e Cultura: “a semana passada, com pompa e circunstância, o governo publicou um despacho para a abertura de mais um concurso, mas já esta semana veio baralhar tudo novamente ao dizer que anulou os seus concursos porque prefere recorrer a arquitetos avençados”.
Desta forma, considera o deputado social-democrata, o governo regional socialista “continua a demonstrar falta de responsabilidade, falta de palavra, falta de rigor e até falta de vergonha em todo este processo”, que representa também “uma falta de respeito pela ilha de São Miguel”.