A fome nas escolas voltou a provocar hoje troca de palavras na sessão plenária que decorre na Horta, desta feita em reação à afirmação do Secretário Regional da Educação, Ciência e Cultura, de que nas escolas açorianas não há crianças sem alimentação. E desafiou a oposição a enumerar os casos que conhece.
Em resposta, o Presidente do Grupo Parlamentar do CDS-PP Açores aclara que não é “delator” nem quer “voltar aos tempos antes de 74”, e que provar que essas situações não existem nas escolas açorianas, é função da Secretaria Regional de Educação, e não da oposição. “Ouvi o senhor Secretário num discorrer poético sobre obras, mas eu pergunto-lhe quais são as medidas que o Governo tem para matar a fome aos alunos nas nossas escolas?”, questionou Artur Lima.
O assunto havia já sido ontem referenciado pelos partidos da oposição, tendo Paulo Estevão do PPM/A denunciado que há crianças a passar fome nas escolas e que esse facto prejudica o seu desempenho escolar, tendo sido contradito pelo deputado do PS/A, Domingos Cunha, que acredita “que não seja pela barriga vazia que possa a haver ou não menor sucesso escolar”.
Declaração que “envergonha a política regional” e que já hoje motivou uma acesa troca de palavras entre Domingos Cunha e Paulo Estevão.
Também a JSD/A lamenta o comentário de Domingos Cunha, defendendo que “as crianças e as famílias açorianas merecem mais respeito, consideração e sensibilidade por parte dos políticos que nos representam”, afirmou Wilson Ávila, vice-presidente dos jovens sociais-democratas.
