Governo vai gastar 2,4 milhões de euros em 2010 na deslocação de doentes

saude2O Governo Regional dos Açores vai investir 2,4 milhões de euros, no próximo ano, no novo regime de deslocação de doentes entre o Arquipélago e o estrangeiro, que começa a ser aplicado no primeiro trimestre de 2010.

«O que pretendemos é muito simplesmente ir ao encontro das necessidades dos cidadãos», afirmou hoje o secretário regional da Saúde, Miguel Correia, durante o debate do Plano e Orçamento para 2010, que decorre na Assembleia Legislativa dos Açores, na Horta.

O novo regime permitirá que ambos os país possam acompanhar os filhos com menos de 3 anos, que os cidadãos com necessidades especiais possam ter um segundo acompanhante e que as mulheres grávidas que vivam numa ilha sem hospital possam escolher livremente o hospital da região onde pretendem realizar o parto.

Relativamente às deslocações ao estrangeiro por motivos de saúde, o novo regime abrangerá alguns tipos de cancro e o tratamento de doenças súbitas ou raras que ponham em causa a qualidade e a vida das pessoas.

O rastreio do cancro do colo do útero e do cancro colo-rectal, da obesidade infantil e da retinopatia diabética foram algumas das medidas anunciadas para 2010, ano em que o Governo Regional pretende também dar uma especial atenção à reabilitação de jovens toxicodependentes.

Entre as medidas propostas, encontram-se também a criação do Conselho Regional de Saúde e das Unidades de Saúde de Ilha.

Para o PSD, através do deputado Pedro Gomes, as propostas do executivo na área da saúde são «modestas nos objectivos, inconsequentes nas opções e incompreensíveis nas prioridades».

«A saúde para todos tornou-se uma miragem para os açorianos», afirmou Pedro Gomes, para quem «os gastos com saúde aumentarem exponencialmente, sem que o serviço regional dê uma resposta satisfatória ao nível dos cuidados primários».

Nas contas do PSD, o Arquipélago «necessita urgentemente» de mais 60 médicos de família, criticando ainda o «modelo ultrapassado de funcionamento dos centros de saúde» e a «falta de recursos humanos ao nível dos cuidados primários».

Na sua intervenção, Pedro Gomes denunciou ainda o facto de o Serviço Regional de Saúde estar «muito endividado», apontando um passivo superior a 300 milhões de euros.

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