Governos regionais fizeram “todas as diligências” para salvaguardar valores dos depositantes

banifO presidente do Governo da Madeira afirmou hoje que, com o seu homólogo dos Açores, fez “todas as diligências” para assegurar os valores dos depositantes no Banif, mas admitiu que a questão dos obrigacionistas subordinados está ainda a ser trabalhada.

Ao falar no Palácio de Santana, na sede da presidência do Governo dos Açores, em Ponta Delgada, onde hoje iniciou uma visita ao arquipélago e onde se concentraram cerca de 50 clientes do antigo Banif em protesto contra a alegada perda de poupanças, Miguel Albuquerque afirmou que, com Vasco Cordeiro, fez “todas as diligências no sentido” de garantir, “até junto do senhor primeiro-ministro”, que “em primeiro lugar os valores dos depositantes no Banif estariam assegurados” e “isso foi concretizado”.

“Houve também uma preocupação primacial no sentido de garantir, quer na Região Autónoma da Madeira, quer na Região Autónoma dos Açores, a preservação dos postos de trabalho dos funcionários que aqui trabalhavam e também a manutenção de um conjunto alargado de agências que tinham um papel preponderante, não só nas próprias regiões autónomas, mas também junto da diáspora madeirense e açoriana”, adiantou o chefe do executivo da Madeira.

Segundo Miguel Albuquerque, há uma questão que está a ser ainda trabalhada que é dos “obrigacionistas subordinados”. Segundo os dados que lhe foram fornecidos, são “cerca de 5.000 pessoas dos Açores e da Madeira”.

“O que posso dizer é que vamos continuar a ver se encontramos uma solução para essas pessoas, até porque – é importante dizê-lo – seria claro que o Estado não utilizasse dois critérios para as mesmas situações, uma vez que eu penso que na situação do Novo Banco esses valores foram assegurados”, declarou.

Para Miguel Albuquerque, “era importante também, uma vez que para muitas pessoas se trata de poupanças de uma vida, que esses valores fossem assegurados”.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, que ao chegar ao Palácio de Santana conversou com alguns dos lesados, aos quais prometeu uma reunião na próxima semana, salientou a importância de não deixar os “lesados sem voz”.

“Há um conjunto de diligências, também no caso do Governo Regional dos Açores, que temos desenvolvido a este propósito, mas eu julgo que numa matéria desta delicadeza [devemos ter] o cuidado de não induzir em falsas expectativas aqueles que de forma tão dramática se veem afetados por esta situação”, observou Vasco Cordeiro, defendendo a abordagem deste assunto “com cautela e muito cuidado”.

A 20 de dezembro, o Governo e o Banco de Portugal anunciaram a resolução do Banif, com a venda de parte da atividade bancária ao Santander Totta, por 150 milhões de euros, e a transferência de outros ativos – incluindo ‘tóxicos’ – para a nova sociedade veículo Oitante.

A resolução foi acompanhada de um apoio público de 2.255 milhões de euros, a que se somam duas garantias bancárias do Estado no total de 746 milhões de euros.

O Banif (em processo de reestruturação desde 2012) era o sétimo maior grupo bancário português e líder de mercado nos Açores e na Madeira.

 

Lusa

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