Somente cinco dos trinta e seis guardas prisionais escalados esta segunda-feira para o serviço nas prisões da Região não aderiram ao primeiro dos três dias de greve convocada pelo sindicato representativo da classe.
De acordo com Eduardo Cóias, representante sindical no arquipélago em declarações a meio do dia à Açores /TSF, para terça e quarta-feira são esperados números semelhantes em termos de adesão à paralisação, ao considerar que o verificado esta segunda-feira reflecte uma clara tendência da insatisfação que existe entre os profissionais de segurança dos serviços prisionais.
Os números registados nos Açores vão, de resto, de encontro aos verificados a nível nacional e que apontam para uma adesão superior aos noventa por cento. Entre a Direcção-Geral dos serviços Prisionais e o Sindicato os valores de participação no primeiro dia de greve pouco variaram. Segundo dados do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda prisional, registou-se uma adesão média de 95 por cento, tendo sido de 100 por cento em várias prisões.
“Os estabelecimentos prisionais de Sintra, Linhó, Pinheiro da Cruz, Viseu e Polícia Judiciária de Lisboa e do Porto tiveram uma adesão à greve de 100 por cento”, avançou esta segunda-feira à agência Lusa Jorge Alves, presidente do SNCGP.
Por sua vez, numa nota à comunicação social, a Direcção-geral dos Serviços Prisionais (DGSP) informou que a greve de três dias que esta segunda-feira se iniciou “está a decorrer com normalidade, sem alterações da ordem e disciplina dos estabelecimentos prisionais” e que a adesão à mesma “ronda os 90 por cento”.
Segundo a DGSP, “dos 48 estabelecimentos prisionais, cerca de um terço registou uma adesão de 100 por cento”, acrescentando que “os serviços mínimos estão a ser assegurados nos termos do acordo estabelecido entre o Sindicato e a Direcção-geral”.
A paralisação está a afectar principalmente a abertura de portas dos EP para que os reclusos sejam transferidos, as visitas, a distribuição de correspondência e encomendas, saídas dos detidos para julgamentos, saídas para o trabalho e escola e assistência jurídica e circulação de viaturas celulares, entre outros serviços, segundo o sindicato representativo dos guardas prisionais.
À ampla adesão à greve não será estranho o facto de o sindicato assegurar a remuneração dos guardas prisionais que aderem à paralisação Já no final da passada semana o responsável pelo SNCGP afirmou que “a direcção-geral dos serviços prisionais tem demonstrado uma enorme falta de conhecimento da realidade e tentou intimidar os guardas através do não pagamento dos dias de greve”.
Contudo, o sindicato logo garantiu que “vai cobrir a perda de ordenado dos seus associados pela greve” e que ninguém vai perder dinheiro, facto que levou Jorge Alves a dizer-se convencido de que “a adesão aos três dias de greve rondará os 100 por cento”, o que está a verificar-se.
Lusa
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