A Atlânticoline já divulgou os serviços mínimos fixados tendo em conta o novo pré-aviso de greve dos trabalhadores em março, a quarta paralisação desde dezembro de 2021.
Assim, o Tribunal Arbitral definiu como serviços mínimos diários as viagens da Linha Azul Horta/Madalena, das 07h30 e 17h15, e Madalena/Horta, das 08h15 e 18h00 e, na Linha Verde, as das 09h00, 09h40, 11h15 e 12h50 entre Horta/Madalena, Madalena/Velas, Velas/Madalena, Madalena/Horta, respetivamente.
“As viagens definidas como de serviços mínimos terão a sua realização garantida [naturalmente sujeitas às condições meteorológicas], sendo que todas as demais poderão ou não realizar-se, consoante a adesão dos colaboradores à greve”, explicou a empresa.
Ficam “assegurados todos os serviços necessários à realização das operações de transporte determinadas por situações de emergência, designadamente de urgência hospitalar, naufrágio, intempérie ou outras situações de força maior, entre as ilhas do Faial, Pico e São Jorge”, informou ainda a Atlânticoline.
A greve na Atlânticoline decorre desde dezembro de 2021, mantendo-se o diferendo entre a empresa pública de transporte marítimo entre ilhas e o Sindicato.
A Atlânticoline considerou recentemente que o sindicato “tem agido com má-fé negocial”, justificando que “sempre que a empresa acede ao aumento proposto, o sindicato propõe mais alterações, mantendo as negociações num constante impasse”.
O sindicato “exige aumentos salariais fora da razoabilidade”, apontou a empresa.
Esta segunda-feira, em declarações à Lusa, o dirigente sindical, Clarimundo Baptista, disse que houve em fevereiro “uma adesão significativa” dos trabalhadores à greve.
“Há dois grupos, o de mestres e o de marinheiros. E, basta um mestre fazer greve para parar a embarcação“, assinalou o dirigente sindical, reiterando que o sindicato “nunca interrompeu as negociações” e está disposto a reunir com a empresa.
O dirigente sindical voltou a responsabilizar a administração e o gabinete jurídico da empresa pela atual situação de impasse.
“Já enviamos uma contraproposta. Mas, não assinamos propostas feridas de ilegalidades e que prejudicam os trabalhadores”, sustentou Clarimundo Baptista.
O Sindicato alega que a Atlânticoline “quer ocultar trabalho extraordinário”.
“Não podemos é ocultar que a empresa usa anualmente 700 horas a mais, quando a lei prevê no máximo 200 horas anuais. A situação não foi criada por nós. O problema chegou quando os trabalhadores pediram aumentos”, sustentou Clarimundo Baptista.
Lusa