Greve na SATA já provocou cancelamentos nos hotéis de São Miguel

O delegado nos Açores da Associação da Hotelaria de Portugal afirmou que a greve da SATA já obrigou a vários cancelamentos em unidades hoteleiras, temendo que sejam também anuladas “em massa” reservas para as festas do Santo Cristo.
“Já existiram alguns cancelamentos para este período inicial [da greve], que coincide com o rali [dos Açores], mas não sei quantificar exatamente. E muitas pessoas quando solicitam reservas perguntam se coincide com a greve e depois vêm dizer que não dá jeito”, disse Humberto Pavão, acrescentando que no caso das duas unidades hoteleiras de que é proprietário já foram feitos 20 cancelamentos para a altura do rali, na próxima semana.

Quanto às festas do Santo Cristo, celebração religiosa que atrai até São Miguel milhares de pessoas, particularmente emigrantes nos Estados Unidos e Canadá, Humberto Pavão disse que “ainda não há registo de cancelamentos”, mas os empresários do setor aguardam “apreensivos”.

“Estamos com receio, porque se vier algum cancelamento vai ser em massa, porque estas viagens são feitas em grupo”, explicou, criticando a opção dos sindicatos por agendarem a greve para coincidir com dois eventos “importantes” para “recuperar” da baixa taxa de ocupação que as unidades hoteleiras têm registado.

O responsável frisou que entre os empresários do ramo há “um receio quanto ao futuro”, porque temem que essa paralisação possa “desencadear outras”, nomeadamente no verão, “caso não seja alcançado um acordo”.

“Andamos todo o ano a promover o destino para depois acontecer coisas destas”, reforçou.

Humberto Pavão frisou que em causa estão “duas realidades completamente diferentes” e “duas companhias diferentes”, SATA e TAP.

“O que estão a reivindicar foi uma medida aplicada à TAP. São duas realidades completamente diferentes. Duas companhias completamente diferentes. Não estamos a ver por que razão uma empresa tem um regime e a outra obrigatoriamente também tem de ter”, considerou, alegando que a SATA teria de “cometer uma ilegalidade para fazer face a essa compensação”.

 

Lusa

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