Trabalhadores da fábrica da Unileite, em São Miguel, Açores, iniciaram hoje uma greve “por tempo indeterminado”, reivindicando aumentos salariais entre 2 e 2,5 por cento, sendo a adesão de “99% junto dos operadores especializados”.
O delegado sindical na Unileite (União das Cooperativas Agrícolas de Laticínios e de Produtores de Leite da Ilha de São Miguel) do Sindicato dos Trabalhadores Agro-Alimentares (SINTABA/Açores), Carlos Cancela, adiantou à Lusa que a paralisação, iniciada às 00:00 de hoje, “está a afetar especialmente o enchimento e produção de queijo, bem como as cargas e descargas” da unidade industrial, que conta com mais de 200 trabalhadores.
“A adesão é de 99% no que diz respeito aos operadores especializados, aqueles que dão vida à fabrica, que manobram as máquinas de empacotamento e enchimento”, disse o sindicalista, indicando que “o leite está sendo desviado para outras unidades fabris” e “estão apenas a ser assegurados os serviços mínimos”.
Em causa está a reivindicação de aumentos salariais “entre os 2 e 2,5 por cento”, alegando Carlos Cancela que nos últimos três anos “a direção tem demonstrado pouco interesse em mexer nos ordenados”, ao contrário do “verificado noutras unidades fabris”.
“Já fizemos muitas tentativas e muitas reuniões. Desde há três anos que estamos nesta luta e vamos por este caminho até que a entidade patronal entenda que é hora de fazer alguns aumentos”, disse, frisando que a direção alega “a crise”, mas “manteve o preço do leite à lavoura e inclusive aumentou-o”.
Carlos Cancela disse que “a maior parte dos trabalhadores ganha ordenados que rondam os 509 euros”, admitindo que a greve deverá “manter-se por toda esta semana”.
Os trabalhadores admitem voltar à greve para “meados de agosto” caso não seja possível chegar a um entendimento com a administração da Unileite.
A Lusa tentou sem sucesso obter uma reação da direção da Unileite.
Lusa