“Nunca aconteceu chegarmos até esta altura do ano sem qualquer apoio do governo regional”, acrescentou.
A Gruta do Carvão, situada na zona poente da cidade de Ponta Delgada, foi aberta ao público em 2007 e, no ano passado, registou mais de 3.500 visitantes.
“Os custos de funcionamento da gruta foram reduzidos ao mínimo indispensável, mas, mesmo assim, as receitas não chegam para cobrir 50 por cento das despesas”, salientou.
Segundo Diogo Caetano, esta situação pode levar a curto prazo a que as visitas apenas se realizem quando houver um número mínimo de pessoas inscritas.
“Neste momento temos um guia contratado, mas, se passarmos a fazer visitas apenas quando houver um mínimo de pessoas, isso pode criar um problema porque será muito difícil ter um guia especializado disponível quando for necessário”, afirmou o presidente dos Amigos dos Açores.
Naturalmente, acrescentou, “sem guia não será possível realizar as visitas”, alertando para o risco de acabarem as visitas à Gruta do Carvão, que se realizam actualmente três vezes por dia, durante a tarde, com um máximo de 15 pessoas em cada visita.
A partir de hoje, a gruta abre apenas às terças, quintas e domingos, mas, entre Março e Setembro, só encerra à segunda-feira.
O presidente dos Amigos dos Açores lamentou também que o executivo regional ainda não tenha concretizado a promessa de atribuir a posse da gruta para esta associação.
“Isso foi-nos prometido, está escrito em documentos oficiais, mais ainda não foi concretizado, o que nos levanta alguns problemas”, afirmou Diogo Caetano, salientando que a associação está a gerir a gruta “sem qualquer vínculo legal”.
A Gruta do Carvão, com uma extensão conhecida de 1.912 metros, é o maior túnel lávico de S. Miguel, estendendo-se desde a freguesia dos Arrifes, no interior de Ponta Delgada, até à freguesia de S. José, junto ao mar.
A dimensão, a variedade de estruturas geológicas e os fenómenos vulcânicos que lhe estão associados fizeram com que esta gruta fosse classificada como Monumento Natural em 2004.
Lusa