Gui Menezes anuncia projeto-piloto para conhecer distribuição do esforço de pesca lúdica e profissional no Mar dos Açores

Foto - Açores24Horas / Imagem de Arquivo

O Secretário Regional do Mar, Ciência e Tecnologia anunciou hoje, na Horta, um projeto-piloto que tem como objetivo proceder à monitorização de toda a atividade da pesca, quer seja profissional ou lúdica, e que está a ser preparado pelo Governo dos Açores.

“Ainda este ano, vai começar a ser testado um novo dispositivo numa pequena amostra de utilizadores do Mar dos Açores que exercem atividade lúdica ou profissional”, sendo que os dados recolhidos por este dispositivo serão apenas partilhados com a autoridade de gestão das pescas, afirmou Gui Menezes.

“O objetivo é conhecer a distribuição do esforço de pesca no Mar dos Açores, com especial relevância para a investigação e para o apoio à decisão”, adiantou o Secretário Regional, que falava na sessão de abertura da conferência internacional ‘Governança dos Oceanos em Regiões Arquipelágicas’, que decorre até quinta-feira.

Gui Menezes apontou como “pontos-chave” o conhecimento científico e a literacia dos oceanos para que os Açores e outras regiões insulares possam enfrentar “desafios particulares” em matérias como a conservação dos oceanos, as alterações climáticas ou a gestão dos recursos marinhos.

O governante adiantou que serão investidos “mais dois milhões de euros” em programas e projetos para recolha de dados e informação científica, como é o caso do POPA – Programa de Observação para as Pescas, com mais de 20 anos, o cruzeiro anual de monitorização das espécies demersais (ARQDAÇO), o programa de monitorização do Banco Condor ou o Plano Nacional para a Recolha de Dados, que se constituem como “importantes ferramentas para o estudo e a gestão dos recursos pesqueiros” nos Açores.

Gui Menezes destacou ainda o MONICO, o novo Programa para Gestão dos Recursos Costeiros, que vai aferir o estado de exploração de recursos como peixes, lapas, cracas, algas, crustáceos, entre outras espécies, que são alvo da pressão de exploração em algumas ilhas e que “importa avaliar com mais detalhe”.

Na sua intervenção, defendeu que “é necessário envolver cada vez mais todos os utilizadores do mar nas tomadas de decisão e também nos projetos científicos em curso”, referindo, a título de exemplo, o projeto de monitorização de áreas marinhas protegidas da Região, que junta pescadores e cientistas do IMAR e do Departamento de Oceanografia e Pescas da Universidade dos Açores.

Trata-se de um trabalho de monitorização de recursos piscícolas em áreas marinhas protegidas e noutras áreas costeiras de elevado interesse ecológico, que tem como objetivo avaliar o estado desses recursos, de habitats e espécies prioritárias, incluindo tubarões e outros predadores costeiros, e que tem contado com a colaboração dos pescadores profissionais.

“Um dos nossos grandes objetivos é o trabalho em parceria”, afirmou, lembrando que foi em parceria com os pescadores que foram criadas 12 áreas de restrição à pesca nas ilhas de Santa Maria, Faial, Pico, Graciosa, Terceira e São Miguel e que são também parte integrante do sistema espacial de conservação da biodiversidade marinha.

A conferência internacional ‘Governança dos Oceanos em Regiões Arquipelágicas’ é organizada pela Secretaria Regional do Mar, Ciência e Tecnologia, através da Direção Regional das Pescas, em parceria com a Federação das Pescas dos Açores e o Instituto do Mar, envolvendo mais de uma centena de participantes.

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