Falando aos jornalistas durante uma conferência de Imprensa realizada esta manhã, na cidade da Horta, Hélder Silva disse que esse é «um cenário provável», mas lembrou que o Chefe de Estado ficará também com esse «ónus».
No seu entender, quem tomar essa decisão, seja o Chefe de Estado ou a bancada do PSD na Assembleia da República, ficarão para a história como os responsáveis por colocar entraves à entrada em vigor do Estatuto dos Açores.
O líder parlamentar socialista nas ilhas também não vê razões para que Cavaco Silva dissolva a Assembleia da República, como defende, por exemplo, Ramalho Eanes, considerando que esse cenário não teria «qualquer fundamento».
O desejo de Natal dos deputados do PS/Açores, é que o Estatuto Político-Administrativo, reconfirmado sexta-feira pela Assembleia da República, seja promulgado dentro de 8 dias, como está previsto na lei.
Hélder Silva realçou, por outro lado, o peso político que os socialistas açorianos, e em especial Carlos César, têm no Continente, que considerou ser determinante para a aprovação do Estatuto.
O líder parlamentar socialista lamentou, em contrapartida, a «incapacidade de influenciar» que o PSD/Açores e sobretudo a sua nova líder, Berta Cabral, demonstraram junto dos seus pares em Lisboa, ao não conseguir levar o seu partido a votar a favor do Estatuto, como já tinha feito no passado.
Recorde-se que a bancada do PSD na Assembleia da República absteve-se na terceira votação do Estatuto dos Açores, embora dos dois deputados do PSD/Açores, Mota Amaral e Joaquim Ponte, tenham votado a favor.
in Lusa/AO Online