O histórico do PSD/Açores e antigo reitor da universidade da região Vasco Garcia confirmou hoje à Lusa a sua saída do partido, dizendo-se “desapontado e revoltado com os partidos”, que “estão cheios de políticos de aviário”.
Vasco Garcia, antigo deputado regional, nacional e europeu, entregou o cartão de militante no início de maio, por discordar do processo de escolha do candidato social-democrata à Câmara da Lagoa, um cargo que “nunca ambicionou, apesar de ter sido convidado duas vezes por duas direções distintas do partido”.
“Este tipo de decisão não é tomada de ânimo leve. A situação já se deteriorava há algum tempo e culminou agora com a escolha do candidato do PSD à Câmara Municipal da Lagoa”, afirmou à Lusa Vasco Garcia, que não equaciona, para já, qualquer regresso ao PSD/Açores.
“Conforme disse há pouco tempo Miguel Veiga, histórico do PSD nacional, estou desapontado e revoltado com os partidos, que estão cheios de políticos de aviário”, afirmou Vasco Garcia, acrescentando que agora o seu partido é a família, os Açores e o Bombeiros de Ponta Delgada, instituição a que preside.
Dois militantes do PSD/Açores decidiram este mês abandonar o partido por alegadas divergências com a atual direção, algo que o secretário-geral lamentou, contrapondo com a adesão de centenas de novos militantes de todas as ilhas.
“Desde que o doutor Duarte Freitas assumiu a liderança do PSD [em janeiro] apenas dois militantes entregaram o cartão. A direção do partido lamenta estas decisões. Apesar disso, temos 320 novos militantes de todas as ilhas”, afirmou à Lusa Alexandre Gaudêncio, acrescentando que “nada impede que estas pessoas possam voltar a ser novamente militantes”.
O outro militante do PSD/Açores que abandonou o partido foi Rómulo Ávila, antigo secretário-geral da JSD, justificando a decisão com o facto de se ter “fartado de jogos, negociatas, de gente que age tendo em conta o seu futuro e a sua carreira política”.
“Este PSD não é o PSD que me fez aos 14 anos entrar para o partido”, sustentou o antigo militante de 26 anos, alegando que a entrega do cartão “não é uma vingança”, já que em março terminou a suspensão de dois anos, que lhe tinha sido aplicada por falsificação da assinatura de um militante, no âmbito do processo eleitoral do congresso da JSD/Açores em 2010.
Rómulo Ávila, que enviou pelo correio o cartão de militante, garante que continuará a ser “um homem de direita” e mostra-se disponível para voltar ao partido caso “mudem o estilo, a gestão e os atores”.
O atual líder do PSD/Açores, Duarte Freitas, foi eleito em dezembro de 2012 com 92,6%, sucedendo no cargo Berta Cabral.
Lusa