Horta homenageia Família Kennedy e Pastore nos 60 anos do Azorean Refugge Act

A conferência “Horta e as Rotas Atlânticas da Emigração Açoriana” assinalou, no passado dia 9 de setembro, no Museu de New Bedford, os 60 anos do Azorean Refugee Act, a lei aprovada pelo Congresso Americano que abriu as portas à maior vaga de emigração portuguesa e açoriana para os Estados Unidos da América.

Perante um auditório com cerca de três centenas de representantes norte-americanos e emigrantes portugueses e na presença de Michael Kennedy, representante daquela família, e de Joseph Lamagna, representante da família Pastore, mentores da referida lei, José Leonardo Silva, Presidente da Câmara Municipal da Horta, e Jon Mitchell, Presidente da Câmara Municipal de New Bedford, reforçaram a intenção de aprofundar a geminação que une as duas cidades há cerca de 40 anos, estabelecendo parcerias futuras que promovam a
cultura e a preservação da memória daquela ligação histórica.
De acordo com o autarca faialense, é importante manter a continuidade dos intercâmbios que se têm realizado, em especial com o New Bedford Whaleum Museum, agora com uma exposição patente trazida da Horta, intitulada “Sharing the North Atlantic – Horta e as rotas atlânticas da emigração açoriana”, que evoca a memória do início da emigração de açorianos maioritariamente para a Costa Leste, em particular para New Bedford, onde se desenvolveu um importante comércio em torno da baleação.
A conferência realizada teve como oradores Onésimo Teotónio de Almeida e Ricardo Madruga da Costa e foi organizada por um grupo de emigrantes faialenses e açorianos, liderados por João Carlos Pinheiro e Victor Pinheiro, impulsionadores da Regata Internacional de Botes Baleeiros que, a cada dois anos, une estas duas cidades, pela Câmara Municipal da Horta e pela Comissão Organizadora do 60.o Aniversário do Vulcão dos Capelinhos com o objetivo de celebrar a relação histórica entre os Açores e os E.U.A na encruzilhada atlântica, registando os 60 anos de uma das mais relevantes leis de emigração americana, que permitiu a entrada de tantas e tantos portugueses neste país, sobretudo faialenses e açorianos.
Foram ainda homenageados para além das famílias Kennedy e Pastore, Manuel Fernando Neto, intermediário no processo de geminação entre as duas cidades, a senhora Olívia Goulart, que fica na história por entregar, na Casa Branca, ao presidente John F. Kennedy, uma oferta de reconhecimento do Município da Horta pela aprovação do Azorean Refugee Act e duas descendentes da família Dabney, nomeadamente as senhoras Hester Witcher e Judy Cook.
Para José Leonardo Silva, “eventos como o dia de hoje e a união gerada em torno deste momento nas várias instituições portuguesas e açorianas existentes nesta comunidade, são a garantia que esta geminação, iniciada há 4 décadas, continua a ter razão de existir e é um elo fundamental de ligação às novas gerações que não viveram a crise do Vulcão dos Capelinhos e que dificilmente compreenderão as dificuldades desses primeiros tempos não só para quem teve de partir mas também para quem teve de ficar e de se reerguer das cinzas.”
Para o futuro, acrescentou o autarca, os 100 anos da amaragem, na Baía da Horta, do NC4 do capitão Albert Read, um dos mais relevantes episódios da história da aviação comercial americana e transatlântica, é uma oportunidade para continuar a reforçar as relações existentes entre os Açores e os Estados Unidos da América, tendo já a Câmara Municipal constituído uma Comissão para promover esse evento.
Por essa razão, acrescentou, “Orgulho-me no papel que a Câmara Municipal tem desempenhado na valorização e projeção destes eventos a nível mundial, desde
que se assinalaram os 100 anos do Farol, passando pelas grandes comemorações dos 50 anos do Vulcão dos Capelinhos e que resultaram na inauguração do seu Centro de Interpretação, e agora com esta conferência, em New Bedford”.

 

 

CMH / Foto – CMH

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