Os hoteleiros da ilha de S. Miguel, nos Açores, têm registado um número de reservas “fora do comum” para a Páscoa, que este ano coincide com o início da operação das companhias aéreas ‘low cost’ no arquipélago.
O delegado nos Açores da Associação de Hotelaria de Portugal (AHP), Humberto Pavão, afirmou à Lusa que “as reservas estão a ser feitas com grande antecedência”, sendo que para o início de abril, por exemplo, “70 a 80 por cento da oferta hoteleira” existente na maior ilha do arquipélago “está já vendida”.
A partir de 29 de março, as ligações entre duas ilhas dos Açores (São Miguel e Terceira) e o continente passam a ser liberalizadas, o que vai levar à entrada na região de duas companhias aéreas de baixo custo (Raynair e Easyjet), que vão voar, para já, apenas para Ponta Delgada (S. Miguel).
“A Páscoa, tradicionalmente, é uma altura boa, principalmente, do mercado nacional e também do mercado estrangeiro. Por acaso este ano vai coincidir com os primeiros voos das ‘low cost'” disse Humberto Pavão, acrescentando que os hoteleiros micaelenses estão “expectantes” para ver no que vai dar a chegada das companhias aéreas de baixo custo à ilha.
O hoteleiro revelou que se está a verificar uma procura de reservas individuais “fora do comum”, embora também estejam a haver “boas vendas” através da via tradicional, ou seja, os operadores turísticos.
Questionado sobre se a taxa de ocupação durante a Páscoa poderá crescer muito mais ou mesmo atingir os 100%, Humberto Pavão disse que isso só seria possível se as companhias aéreas de baixo custo lançassem campanhas promocionais extraordinárias.
“Não acredito porque já estamos realmente um bocadinho em cima, a não ser que aconteça algo que eu desconheço com as ‘low cost’. Elas, eventualmente, podem estar com alguma disponibilidade nos aviões e lançarem uma campanha extraordinária e as pessoas aderirem”, disse Humberto Pavão.
Apesar de não terem concertado nenhuma estratégia comum, os hoteleiros micaelenses estão a praticar tarifas mais baixas para reservas de quartos feitas com alguma antecedência.
Humberto Pavão adiantou que nos seus hotéis, por exemplo, para reservas feitas com 90 ou 60 dias de antecedência, vendeu quartos a 40 euros, sendo que agora que lhe restam poucos quartos, está a praticar uma tarifa de 105 euros.
Desde novembro de 2014 que os hoteleiros açorianos têm notado um aumento da procura pelo arquipélago, muito devido ao anúncio da liberalização do espaço aéreo para duas ilhas.
Lusa