Os hotéis dos Açores estão a registar taxas de ocupação muito baixas, o que dificulta a rentabilização dos investimentos realizados, alertou Humberto Pavão, representante regional da Associação de Hotelaria de Portugal.
No ano passado, a taxa de ocupação rondou 85 por cento, mas este ano as previsões são menos animadoras, especialmente para a ilha de S. Miguel, onde foram feitos investimentos avultados em unidades hoteleiras.
“Há compromissos perante a banca e perante o governo em termos de reembolsos de incentivos, temos o pessoal e os fornecedores para pagar e, se não fizermos movimentos suficientes para suportar essas despesas, temos de refinanciar as unidades ou elas entram em colapso”, frisou.
Para Humberto Pavão, a opção de baixar o preço das diárias não tem surtido efeito, admitindo que há “unidades com problemas financeiras, outras estão muito mal, algumas já encerraram e isto não vai ficar por aqui”.
“Vender quartos a 50 euros na época de verão só faz com que os operadores e o próprio mercado procurem tarifas cada vez mais baratas e a única hipótese que os hotéis têm para vender os quartos é baixar os preços. Entramos num ciclo vicioso e o problema é que vivemos da época alta para sustentar o resto do ano”, salientou.
Humberto Pavão referiu que a situação é mais grave ocorre em S. Miguel, que está a perder mercado para outras ilhas onde é mais fácil gerir as unidades hoteleiras.
“As unidades nas outras ilhas são mais pequenas, mais fáceis de controlar em termos de custos de exploração porque têm menos pessoal e o investimento é mais pequeno”, afirmou.
Para este responsável, a solução para inverter o actual quadro tem que passar por passagens aéreas mais acessíveis.
“Temos que ter tarifas mais baratas para que o turista que queira reservar diretamente possa pesquisar na Internet e ter um meio aliciante para vir aos Açores”, defendeu.
Humberto Pavão frisou que esse será “um meio mais apelativo, porque a SATA e a TAP não têm tarifas públicas muito apelativas”.