Ao assumir a realização da rota Ponta Delgada-Copenhaga, entre 15 de Outubro e 26 de Novembro, contudo, a transportadora açoriana interrompe a actividade no mercado escandinavo em Dezembro e Janeiro, retomando a operação em Fevereiro (com Estocolmo).
A decisão do operador sueco e o hiato de dois meses vieram numa má altura para o turismo açoriano que à semelhança do seu congénere nacional acusa os efeitos da crise.
Fonte do sector explica que “nos últimos dois anos o operador sueco reduziu a presença nos Açores e que sem a SATA não havia operação escandinava este Inverno, sendo que as ligações de Outubro e Novembro foram preparadas em cima da hora…”.
A Sata Internacional irá garantir assim em exclusivo a ligação ao mercado escandinavo entre Outubro e Novembro e de Fevereiro a Abril, com o operador sueco a retomar a operação de Maio a Setembro.
“Querem ficar apenas com o “filet mignon”. Na minha opinião, o fim da exclusividade (do operador sueco) significa que se fechou uma porta, mas abriu-se uma janela, isto é, devemos procurar alternativas”, defende outro responsável de hotelaria contactado pelo “Açoriano Oriental”.
O esforço que a transportadora açoriana está a fazer no mercado escandinavo, a par do reforço das ligações para a América do Norte (Toronto) e o incremento das operações em code-sharing entre a SATA e a TAP para as cidades europeias (Londres, Manchester, Amsterdão, Frankfurt, Madrid, Barcelona e Paris ), não esquecendo a promoção no exterior a cargo do Governo Regional, são bem vindos junto do sector turístico até porque este ano dificilmente deixará saudades e já se avizinha nova época baixa.
Com efeito, entre Janeiro e Julho, os estabelecimentos hoteleiros dos Açores registaram 589,6 mil dormidas, valor inferior em 7,7% a igual período de 2008.
Em termos de variações homólogas acumuladas, nos primeiros sete meses do ano todas as ilhas apresentaram resultados negativos com São Miguel, motor da economia insular, a perder cerca de 35 mil dormidas, o que se traduziu numa quebra de 7,6%.
Menos dormidas significaram redução de ganhos com os proveitos totais nos estabelecimentos hoteleiros a atingir os 28 milhões de euros (uma variação homóloga negativa de 7,4%).
Face a esses números – pelos contactos mantidos os resultados de Agosto e Setembro nada trouxeram de auspicioso – os hoteleiros começam a preparar a época baixa com muitas reservas.
Face à perspectiva de uma época baixa, também ela difícil, alguns grupos hoteleiros optaram por suspender a actividade em determinados hotéis concentrando os clientes noutras unidades do mesmo grupo.
Outros grupos admitem inclusivelmente que após perdas sucessivas nos últimos anos estarão dispostos a estabelecer, por exemplo, uma concessão da exploração antes de serem empurrados para a solução final – a venda do hotel.