Içar a bandeira dos Açores divide ministérios

bandeira-acoresPSP aceita hastear bandeira dos Açores nos seus edifícios. Ordem surge na sequência da visita à Região do director nacional da PSP e abrange todas as instalações e esquadras nas ilhas. Quanto aos militares, a situação continua igual: apenas içam o estandarte nacional, violando o Estatuto.

 

 

O director nacional da PSP, Francisco Oliveira Pereira, deu orientações no sentido da bandeira dos Açores – juntamente com a portuguesa – ser hasteada nos edifícios da PSP sedeados na Região. Nas estruturas militares, pelo contrário, a bandeira nacional continua a ser a única a ser içada, violando a norma do Estatuto Político-Administrativo dos Açores que obriga a que os dois estandartes sejam hasteados nas instalações do Estado a funcionar nas ilhas.

 

No caso da PSP, a determinação surgiu na sequência da recente visita ao arquipélago de Francisco Oliveira Pereira e abrange todos os edifícios afectos à Polícia de Segurança Pública nos Açores. SAbe-se que em algumas instalações já foi hasteada, além da bandeira nacional, a açoriana. É o caso do Comando Regional. Mas há esquadras em que tal ainda não sucedeu devido a questões logísticas que se prendem com a necessidade de montagem de mastros e pelo facto de não existir localmente à venda bandeiras regionais com as mesmas medidas das nacionais. Daí a necessidade, segundo a fonte contactada pelo AO, de se ter encomendado o fabrico de mais de duas dezenas de bandeiras, com a dimensão protocolarmente adequada: “fez-se um levantamento da dimensão dos estandartes nacionais para se adquirir estandartes regionais do mesmo tamanho”. Mas a receptividade da PSP para acatar as normas do Estatuto Político dos Açores não se estende ainda aos militares.

 

Instado sobre o assunto, o Comando Operacional dos Açores (COA), que coordena os três ramos das Forças Armadas na Região, respondeu que “não há alterações da situação, nem comentários a fazer”. Isto é, o COA continua a aguardar da tutela – Ministério da Defesa ou Estado-Maior General das Forças Armadas (EMGFA) – indicações definitivas no sentido de ser ou não hasteada a bandeira regional nas instalações sob a sua alçada.

 

Recentemente, no âmbito das comemorações do dia do COA, o seu responsável desdramatizou o facto dos edifícios militares sedeados nas ilhas não hastearem a bandeira açoriana. Na altura, o Vice-Almirante Carvalho Abreu refutou a existência de uma “guerra das bandeiras”, até porque garantiu que os militares “têm o máximo respeito por todos os símbolos, regionais, locais ou outros”. O COA justificou que o hasteamento exclusivamente da bandeira portuguesa na fachada das estruturas do Exército, Marinha ou Força Aérea deriva de uma “tradição e regra das Forças Armadas”.

Acresce que, não havendo instruções em contrário, a actual situação será para manter-se. O Ministro da Defesa já admitiu que o hastear da bandeira dos Açores nas unidades militares da Região “não faz sentido” e que qualquer continência, a ser feita, é à bandeira de Portugal.

 

 A tutela anunciou ter pedido uma “interpretação sistemática” da polémica norma do Estatuto, cujos resultados se desconhece.

Paulo Faustino (in AO)

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here