Segundo Luís Santos Ferro, da Igreja Ortodoxa de Portugal, esta religião não tem uma hierarquia mundial como a católica, organizando-se em várias igrejas com alguma autonomia.
A comunidade ortodoxa russa, a que se juntam várias nacionalidades, celebrará o nascimento de Cristo numa capela em Lisboa. Após a parte religiosa, a festa das famílias entra pela madrugada, acompanhada de diversas iguarias e vinho português.
“Celebramos na noite de 06 para 07 de janeiro numa capela católica cedida gentilmente pelo Patriarcado de Lisboa, num gesto fraternal, para podermos fazer a nossa celebração”, disse à agência Lusa o padre Arséni Sokolov.
Às 22:00 começam as confissões e às 23:00 inicia-se a celebração, seguindo-se orações e eucaristia, numa cerimónia longa.
“Acabamos pelas três ou quatro horas da manhã. Depois da celebração há um grande banquete, com bom vinho português”, contou o sacerdote russo, que vai conduzir a celebração em Lisboa.
No dia 09, pelas 15:00, é a festa das crianças da escola paroquial: “Tem árvore de Natal e prendas. As crianças estão a preparar um concerto e um espetáculo com bonecos”, avançou o padre Sokolov.
Num domingo regular comungam na sua celebração, em Lisboa, cerca de cem pessoas, mas a comunidade está espalhada pelo país.
“Temos comunidades no Porto, em Setúbal, em Faro e também há famílias nos Açores e na Madeira, onde está a nascer uma comunidade”, referiu.
De acordo com o sacerdote, na capital, a comunidade é “muito multiétnica”, reunindo russos, moldavos, ucranianos, georgianos, bielorrussos, sérvios, etíopes e portugueses, alguns dos quais convertidos desde o tempo em que Salazar ditava os destinos de Portugal.