Para o autarca Manuel Avelar (PS), este sucesso resulta do “trabalho pedagógico feito porta a porta” nos últimos dois anos, vincando que apesar de “satisfeito” com os resultados obtidos numa ilha com 4.393 habitantes “há sempre algo a melhorar”.
“Praticamente 100% das casas nós visitamos. Uma vereadora e os nossos técnicos do ambiente fizeram um trabalho de base, que continuamos no final do ano passado em algumas zonas”, afirmou Manuel Avelar à agência Lusa, acrescentando que o município, em colaboração com o núcleo da Câmara do Comércio, voltou a escrever uma carta aos comerciantes locais, dado que “são eles os que mais produzem resíduos ao nível do cartão e papel”.
O autarca referiu que na Graciosa, ilha classificada como Reserva da Biosfera, existem atualmente oito ecopontos, cobrindo todas as freguesias e localidades, sendo a recolha porta a porta feita todas as semanas.
Segundo Manuel Avelar, o lixo indiferenciado é recolhido à porta dos munícipes graciocenses às segundas, quartas e sexta-feiras, o cartão e papel às quartas, as embalagens às terças e o vidro às quinta-feiras.
“Continuamos a trabalhar para manter este ‘ranking’. Somos poucos, mas muito empenhados”, afirmou Manuel Avelar, acrescentando que na recolha do vidro o município foi o quinto a nível nacional em dezembro de 2012.
A recolha seletiva na Graciosa começou a ser feita em 2011. Desde então, a autarquia tem apostado fortemente no despertar da consciência ambiental da população e em concursos para atrair a atenção dos mais novos para a importância da reciclagem.
O autarca reconheceu, também, que a abertura do Centro de Processamento de Resíduos da Graciosa, em junho de 2012, contribuiu para despertar o cuidado com a separação do lixo e para que a ilha ficasse mais limpa, uma vez que foram encerradas várias lixeiras a céu aberto.
A obra, da responsabilidade do Governo Regional, custou cinco milhões de euros e faz parte de um conjunto de sete centros de processamento instalados em outras ilhas mais pequenas do arquipélago, que permitiram passar a valorizar localmente os resíduos orgânicos, sendo que os restantes são exportados para fora.
Lusa