Ilha do Pico está “esquecida” e com políticas para “emigrar”, denuncia CDS-PP

foto18A Comissão Política da Ilha do Pico do CDS-PP traçou, esta terça-feira, um diagnóstico pouco animador da ilha acusando o poder regional do PS e o poder local do PSD de “apenas servirem os seus interesses partidários” e de cultivarem “a subserviência e a subsídio-dependência”.

 

 

Em conferência de imprensa, na Madalena do Pico, o líder dos populares picoenses, Manuel Eleutério Serpa, afirmou que “o Pico está esquecido pela actual governação socialista” e que “no Pico estão a passar-se situações verdadeiramente lamentáveis”, indo ao ponto de salientar que “no Pico, com as actuais políticas, a opção é emigrar”.

 

 

Agricultura, Pescas, Transportes, Saúde, Pequenas e Médias Empresas e Rendimento Social de Inserção foram temáticas abordadas pelos centristas da ilha montanha para criticar as políticas seguidas pelos poderes regional (PS) e local (PSD).

 

“Hoje, os Agricultores no Pico vendem um litro de leite abaixo dos 30 cêntimos. Hoje, no Pico, paga-se ao lavrador pela carne de vitelo o mesmo que se pagava há 25 anos. Hoje, continuamos sem ter concluído as asfaltagens de muitos caminhos de penetração. Hoje, continuamos a não ter, nos meses de Verão, água para normal e suficiente abastecimento às explorações agro-pecuárias. Hoje, todos os factores de produção estão mais caros, enquanto aos produtores a indústria paga menos, mas aos consumidores a indústria cobra mais”, disse.

 

Eleutério Serpa denunciou ainda que “hoje, no Pico, as Pequenas e Médias Empresas estão a passar por dificuldades enormes. O Governo anuncia medidas de apoio, mas quando os empresários recorrem a elas os bancos pedem hipotecas”.

 

No que à Saúde diz respeito, os democratas-cristãos criticam o facto de “hoje, como há anos, no Pico, há utentes que esperam e desesperam para efectuarem tratamentos de fisioterapia urgentes no Centro de Saúde de São Roque. Os que têm dinheiro têm recorrido à privada… Os que não têm, aguardam por uma cadeira de rodas”.

 

E mais: “Hoje, no Pico, espera-se pelo prometido – há anos – barco-ambulância para melhorar o transporte de doentes entre esta ilha e o Faial”.

 

Os populares mudam de área, mas não mudam de postura: “Hoje, no Pico, continua-se a desesperar por uma promessa antiquíssima destes Governos do PS e que é da maior importância para o desenvolvimento e crescimento económico da ilha: a ampliação do Porto Comercial de São Roque”.

 

“Hoje, na ilha Montanha, temos uma classe média que, em vez de ser um dos motores da economia, é escravizada com o pagamento de impostos”. 

 

 

Críticas severas surgiram para os beneficiários do Rendimento Social de Inserção que usufruem da prestação social e que não “querem trabalhar”. Manuel Eleutério Serpa acusa que “hoje, no Pico, temos uma grande parte dos 7,6% da população açoriana que recebe o Rendimento Social de Inserção”, numa alusão clara à tentativa de conquista de votos e do aumento da pobreza.

 

No entanto, prosseguiu, “o CDS-PP entende e defende que quem tem idade e saúde para trabalhar o deve fazer”, facto que leva os centristas a desafiarem “o Governo Regional a imprimir regras junto destes beneficiários para que os mesmos passem a prestar serviço comunitário em diversas instituições, como Juntas de Freguesia, Serviços Florestais, Câmaras Municipais, Obras Públicas, Secretaria do Ambiente, em serviços de manutenção de lugares públicos, vias públicas, entre outros, que muitas vezes encontram-se verdadeiramente abandonadas”. 

 

 

Virando agulhas para as pescas, a estrutura partidária de ilha denunciou que “hoje, na ilha do Pico, continuamos a ter portos de pesca sem as mínimas condições de operacionalidade e segurança, como é o caso do Porto de Pescas da Prainha do Norte, onde já se verificaram várias acidentes, por falta de equipamentos”.

 

Já no que toca a transportes, Eleutério Serpa lamentou o facto de “hoje, na segunda maior ilha dos Açores, continuarmos a ter pescadores que não vão para o mar durante largos períodos do Verão porque não têm a seguir forma de escoar o produto do seu trabalho para outros mercados”. 

 

Por isso, acrescentou, “o CDS-PP vai continuar a bater-se pela aquisição, pela Região, de um mini avião cargueiro que sirva os pescadores, os agricultores, os nossos sectores produtivos, como forma de resolver o problema grave da falta de transporte aéreo para o exterior”.

 

Por outro lado, os populares lembram que “hoje, no Pico, continuamos sem ter ligações aéreas para o exterior que sirvam a ilha e os Picoenses. Aliás, hoje, apesar dos muitos milhões, continuamos a ter um aeroporto que não tem combustíveis, não tem ILS e quase não tem passageiros”.  

 

 

Em conclusão, os centristas picoenses acusam: “O Pico – ilha que os socialistas dizem ser a ‘Ilha do Futuro’ – ficou de fora das chamadas Ilhas da Coesão e os resultados estão à vista. Hoje, não temos mais população, mais empresas, mais emprego, melhores condições de vida, mais turistas, mais e melhores transportes… Hoje temos um Governo do PS que esquece a Ilha e três Câmaras Municipais do PSD que nem unidas são em defesa do Pico e dos Picoenses”.   

 

“Hoje, infelizmente vivemos num mundo de ilusões e de governantes que deixam muito a desejar. Não é por nada que a maioria dos Açorianos nem às urnas vai para votar, nem sequer quer que lhes falem em política”, considerou.

 

Numa referência às próximas eleições autárquicas, a Comissão Política de Ilha anunciou que “o CDS-PP pretende concorrer às Câmaras e Assembleias Municipais, assim como a algumas Assembleias de Freguesia. Vamos concorrer com o intuito de efectuar propostas credíveis, trabalhar com seriedade e dignidade em prol dos interesses dos Picoenses, como sempre o temos feito ao longo dos anos”.

 

“Nos últimos anos, o CDS-PP tem-se afirmado como força política alternativa porque trabalha para os Açorianos e não para servir os interesses dos seus dirigentes ou do Partido. O CDS-PP presta serviço público na política. Os Picoenses têm que olhar a história para perspectivar o futuro e chegarão à conclusão que necessitam de uma política mais séria, mais responsável e a seu favor, e sobre isto o CDS-PP tem provas dadas ao longo dos anos”, alertou. 

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