Inaugurado primeiro hospital privado dos Açores

O primeiro hospital privado dos Açores foi inaugurado, esta segunda-feira, no concelho da Lagoa, um investimento de 40 milhões de euros que vai evitar a deslocação ao continente de doentes do Serviço Regional de Saúde.

Na cerimónia de inauguração, o presidente do conselho de administração do Hospital Internacional dos Açores, Luís Farinha, referiu que a nova unidade apresenta mais de 40 especialidades, algumas das quais não existentes nos Açores, e pretende oferecer aos seus clientes “cuidados de saúde excelência”, estando dotado de 50 consultórios, 96 camas e cinco blocos operatórios.

Neste momento, existem nos Açores apenas três hospitais, todos afetos ao Serviço Regional de Saúde, um dos quais em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, outra em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e outro na Horta, ilha do Faial.

Luís Farinha recordou que, pelas especialidades que possui, algumas das quais não existem nos Açores, vai ser possível evitar a deslocação ao continente por parte de utentes do Serviço Regional de Saúde e combater as listas de espera do sistema público.

É o caso, entre outras especialidades, da cirurgia cardíaca, oftalmologia (vitrectomia), urologia e cirurgia estética.

O responsável pela administração do Hospital Internacional dos Açores salvaguardou que será possível promover uma “eliminação das distâncias, através da teleconsulta, com outras ilhas”, com recurso também a colaborações com agentes exteriores ligados ao serviço de saúde, tendo já sido celebrados convénios com várias seguradoras e ADSE.

A presidente da Câmara Municipal da Lagoa, Cristina Calisto, considerou que este é um “dia histórico” para a cidade, uma vez que se trata do maior investimento privado realizado no concelho e que, a par de outros investimentos em curso, vai gerar mais valias económicas.

“O resultado do empenho de todas as partes está à vista e, a partir de hoje,
encontra-se ao dispor dos açorianos um hospital que oferece qualidade tecnológica e
humana, com equipamentos hospitalares de topo, alguns dos quais com a tecnologia
mais recente e avançada do mercado nacional e internacional”, enalteceu Cristina Calisto.

Já o Presidente do Governo Regional dos Açores sustentou que, com a implementação do primeiro hospital privado, os Açores acrescentam, a quem procura a Região como destino turístico, uma nova “oferta de cuidados de saúde”.

“O turismo de saúde e a oferta de serviços de saúde de qualidade são essenciais para muitos na escolha do destino de férias e de turismo”, acrescentou José Manuel Bolieiro.

O governante advogou ainda que o reforço da “autonomia política” dos Açores passa, também, por criar na Região “condições para que as necessidades dos Açorianos estejam salvaguardadas” dentro do arquipélago.

“Assim, poderemos diminuir a necessidade de deslocações para o continente, por vezes em condições muito difíceis, com desconhecimento do local, com falta de suporte familiar e comunitário, com um apoio da diária que é manifestamente insuficiente porque em muitos casos apenas cobre o alojamento ou os transportes, teremos a possibilidade de assegurar na nossa Região mais respostas”, declarou ainda.

“Hoje é, de facto, um dia importante para os Açores. Para além de termos um bom serviço regional de saúde, de trabalharmos para o reforço da sua capacidade, passamos também a ter mais uma oferta de qualidade no sistema regional de saúde”, concretizou.

A unidade hospitalar privada vai criar 300 postos de trabalho e vai ser dotada com um aparelho de ressonância magnética 3 Tesla, um TAC de 128 cortes, cinco salas de bloco operatório, uma delas híbrida, que permite associar procedimentos cardíacos, endovasculares e cirurgias no mesmo espaço e no mesmo doente, bem como uma maternidade, medicina intensiva e atendimento permanente.

Isabel Cássio é a diretora clínica do Hospital Internacional dos Açores, que foi inaugurado três anos depois do lançamento da primeira pedra, e que não está ainda a funcionar em pleno, prevendo a administração a abertura faseada de serviços até estar completamente operacional.

Açores 24Horas c/ Lusa
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