A companhia aérea de baixo custo Ryanair iniciou hoje a operação para a ilha Terceira, nos Açores, com um voo quase cheio e com expectativas de bons resultados nos próximos meses.
“As vendas entre a Terceira e Lisboa, que começámos hoje com este voo, estão a funcionar muito bem. A prova é que o avião chegou praticamente completo”, adiantou, em declarações aos jornalistas, José Espartero, da Ryanair.
O avião aterrou na pista das Lajes, cinco minutos antes do previsto, às 15h55, com 184 passageiros, tendo capacidade para 189.
A companhia aérea terá quatro ligações semanais entre a Terceira e Lisboa e duas para o Porto.
Segundo José Espartero, a resposta dos clientes à nova rota foi “muito positiva”, à semelhança do que já tinha acontecido para a ilha de São Miguel, cuja operação se iniciou no ano passado.
“Os resultados foram muito bons e estamos convictos de que a Terceira vai ser um êxito também”, salientou, acrescentando que “os Açores estão na moda” e são considerados “um dos destinos preferidos a nível mundial” para o próximo ano.
A maior parte dos passageiros do voo inaugural, ouvidos à chegada, disse que visitava pela primeira vez a ilha Terceira, apontando o preço dos bilhetes como fator de escolha da companhia aérea.
Um dos passageiros foi o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que realçou a importância desta operação aérea de baixo custo para o desenvolvimento do turismo na ilha Terceira.
“Os Açores foram a região do país onde o turismo mais cresceu no ano passado e que está a ter um impulso muito grande do desenvolvimento. O que queremos é que mais ilhas dos Açores beneficiem deste potencial de desenvolvimento e a ilha Terceira não podia ficar de fora desta oportunidade enorme que é o turismo nos Açores”, frisou, em declarações aos jornalistas.
Questionado sobre a possibilidade de o Governo da República ter compensado financeiramente a Ryanair para voar para ilha Terceira, o ministro disse que as negociações se basearam no reforço da promoção do destino.
“A questão que trabalhámos aqui com o Governo Regional e com a Ryanair é uma questão de promoção do voo, porque sabemos que estes voos têm algumas dificuldades em arrancar, mas felizmente eu penso que essas dificuldades iniciais de arranque vão ser superadas, quer pelo trabalho de promoção que a Ryanair sabe fazer muito bem, quer pela promoção que os Açores têm feito”, frisou.
Segundo Manuel Caldeira Cabral, o início de uma nova operação obriga a um “esforço adicional” de investimento por parte das companhias aéreas, mas “há um potencial deste voo não precisar de apoios e se tornar rentável no futuro”.
“Estou convencido que dentro de um ano, dois, três anos, este destino vai compensar. É muito interessante ver que nesta altura do ano o voo vinha cheio e as perspetivas que nos foram transmitidas é de que os voos dos próximos meses estão com uma boa ocupação e estão até a surpreender pela positiva”, salientou.
Por sua vez, o vice-presidente do Governo Regional dos Açores, Sérgio Ávila, destacou o “trabalho árduo, intenso e silencioso” das negociações com a companhia área, alegando que se iniciou hoje uma “nova etapa” no desenvolvimento económico da ilha Terceira.
“No passado houve muitas pessoas que falaram sobre o assunto, criaram algumas expectativas que se vieram a revelar que não correspondiam à realidade e efetivamente o atual Governo da República cumpriu o compromisso que assumiu com os açorianos e com os terceirenses”, frisou.
O novo modelo de transporte aéreo entre os Açores e o continente português, que contempla a liberalização das rotas das ilhas de São Miguel e Terceira, entrou em vigor a 29 de março de 2015.
Nessa altura iniciaram-se operações de baixo custo para São Miguel, com as companhias aéreas Ryanair e EasyJet, mas as ligações à ilha Terceira continuaram a ser asseguradas apenas pelas companhias portuguesas SATA e TAP.
Lusa