Injeção de dinheiro na economia pela CGD será “contributo importante”

O vice-presidente do Governo dos Açores considerou que se Caixa Geral de Depósitos (CGD) conseguir aumentar a concessão de crédito às empresas e “reduzir substancialmente” os ‘spread’, será um “contributo importante” para a retoma económica.
 

O Governo da República deu instruções à CGD para libertar, em 2013, mil milhões de euros para o financiamento à economia e anunciou que quer negociar com os bancos a diminuição dos ‘spreads’ (margem de lucro dos bancos) pagos pelas Pequenas e Médias Empresas (PME), visando apoiar as entidades no crescimento económico e criação de emprego.

Sérgio Ávila, que falava à agência Lusa em Ponta Delgada, à margem da assinatura de contratos na área do microcrédito com várias instituições bancárias, salvaguardou que estas medidas deveriam ter sido adotadas “há muito tempo”, destacando que são reivindicadas “por todas as entidades” da sociedade portuguesa.

“Sendo o Estado, o único acionista da CGD, sendo este um banco que tem condições, pela sua dimensão, para definir as regras do mercado, é intervindo por via da CGD que se consegue significativamente aumentar a concessão de crédito às empresas e, por outro lado, também, reduzir substancialmente as taxas de juro a aplicar às empresas”, declarou.

Para o vice-presidente do Governo dos Açores, é “fundamental” que os bancos voltem a financiar as empresas e “com menos custos” do que aqueles que existem atualmente.

“Se a CGD cumprir essa indicação, penso que existem condições para que obrigatoriamente os outros bancos tenham de necessariamente seguir esse rumo, tendo em conta o papel dominante e importante da instituição no sistema bancário português”, frisou.

Sérgio Ávila considerou que, nos “últimos tempos”, a CGD tem vindo a agir como uma instituição financeira que “não se distinguia” se era pública ou privada.

“A existência de um banco público só se justifica se o mesmo condicionar no sentido positivo o mercado e for um banco líder que possa, por essa via, ter uma intervenção que corrija as disfunções do mercado”.

A CGD não deve também omitir, na leitura de Sérgio Ávila, que é um “banco português” que “não pode esquecer” as suas regiões autónomas concentrando a sua atividade “apenas” no território continental, como “muitas vezes” se sente que acontece.

“É importante também que este banco público tenha um conceito de gestão que seja descentralizado. Muitas das queixas dos empresários dos Açores é que há uma excessiva centralização das decisões em Lisboa, o que demora muito mais os processos, que são analisados muitas vezes por quem não conhece as realidades locais”, concluiu.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai injetar 3,5 mil milhões de euros na economia até 2014, mil milhões dos quais já este ano, anunciou o ministro da Economia e Emprego, Álvaro Santos Pereira, na terça-feira.

“O Estado, como acionista da CGD, irá ter uma ‘Carta de Missão’, por forma a que o financiamento da CGD seja virado cada vez mais para as nossas PME [Pequenas e Médias Empresas]”, revelou, em conferência de imprensa no final de um Conselho de Ministros extraordinário dedicado à aprovação de um plano para o crescimento económico em Portugal até 2020.

 

Lusa

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