Os jovens de 18 anos dos Açores estão a consumir menos álcool, tabaco e tranquilizantes/sedativos não prescritos, revela o Inquérito aos Jovens Participantes no Dia da Defesa Nacional 2019, hoje divulgado, cujos números indicam ainda que existe uma faixa considerável de jovens que experimentam drogas ilícitas, mas desistem do uso.
O Inquérito aos Jovens Participantes no Dia da Defesa Nacional realizado em 2019 revela que os Açores são uma das regiões com maior diferença entre a prevalência do consumo de álcool ao longo da vida e nos últimos 12 meses, o que significa um maior número de pessoas que deixaram de consumir.
Nos Açores, 86,6% dos inquiridos revelaram já ter consumido álcool, um valor praticamente idêntico ao de 2015 e que posiciona o arquipélago em terceiro lugar entre as regiões com menor prevalência de consumo.
Relativamente à prevalência do consumo de álcool nos últimos 12 meses, fixou-se em 82,8%, nos Açores, abaixo dos 83,5% atingidos em 2018 e dos 85,1% da média nacional, sendo a região com a segunda menor prevalência.
Considerando o consumo de álcool nos últimos 30 dias, regista-se uma taxa de 64,5% dos inquiridos, abaixo dos valores de 2018 (67,8%) e de todas as restantes regiões, com exceção da Madeira.
O consumo ‘binge’, que se refere ao consumo excessivo episódico, isto é, mais de cinco bebidas padrão para homem ou quatro para mulher no espaço de duas horas, revela também uma descida em 2019, para 48,1%, comparativamente aos 50,4% do ano anterior, em contraciclo com as restantes regiões, nas quais a tendência é de subida.
Assistiu-se nos últimos cinco anos a uma tendência de descida no consumo de tabaco entre os jovens de 18 anos, tanto no que respeita ao consumo recente (menos 3,6 pontos percentuais), como no que se refere ao consumo atual numa base diária ou quase diária (menos 3 pontos percentuais), tendo-se situado nos 53,8% a prevalência do consumo de tabaco nos últimos 12 meses.
A prevalência do consumo de drogas ilícitas nos últimos 12 meses desceu para 27,2% em 2019, menos 0,9 pontos percentuais do que em 2018 e menos 9,6 pontos percentuais por comparação com o consumo ao longo da vida, indicando que existe uma faixa considerável de jovens que experimentam, mas desistem do uso.
Relativamente à prevalência do consumo de drogas ilícitas nos últimos 30 dias, caiu 9,8 pontos percentuais entre 2015 e 2019, ficando nos 18,7%, sendo os Açores, juntamente com a Madeira, a única região na qual este indicador não aumentou nos cinco anos em análise.
Dos inquiridos nos Açores, 9,3% revelaram, em 2019, já ter consumido tranquilizantes/sedativos não prescritos, uma diminuição comparativamente aos 13,8% reportados em 2015 e um movimento contrário à tendência de subida verificada a nível nacional.
Se forem considerados os últimos 12 meses e os últimos 30 dias, a prevalência do consumo de tranquilizantes/sedativos não prescritos reduz-se para 6,9% e 4,0%, respetivamente, sendo os valores mais altos a nível nacional, mas representando uma descida significativa face aos dados de 2015 e uma diferença cada vez mais esbatida relativamente às outras regiões.
A prevalência da prática de jogos de apostas através da Internet tem vindo a aumentar entre os jovens de 18 anos a nível nacional, sendo que os Açores apresentam uma taxa de 21,8% em 2019, acima da média nacional (17,2%), mas, ainda assim, uma subida menos significativa ao longo dos cinco anos em análise do que as restantes regiões.
Os problemas derivados da utilização da Internet também têm vindo a aumentar no país, sendo que, na Região Autónoma dos Açores, esta tendência é mais modesta, situando-se nos 21,6% em 2019, o valor mais baixo entre todas as regiões.
A divulgação do Inquérito aos Jovens Participantes no Dia da Defesa Nacional pelo SICAD – Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e Dependências, estudo que se realiza anualmente desde 2015 e que incide sobre os jovens de 18 anos, assinala o Dia Internacional de Luta Contra o Abuso e o Tráfico Ilícito de Droga, que se comemora a 26 de junho.