Entre finais de novembro e o fim de fevereiro, a dívida comercial do Instituto de Ordenamento Agrário (IROA) passou de 6,7 milhões para 4,7 milhões de euros, disse à agência Lusa o vice-presidente do governo açoriano.
Sérgio Ávila explicou que o atual executivo regional, que tomou posse em novembro, identificou “duas situações” – o IROA e os três hospitais do arquipélago – “onde teria de ser feito um esforço acrescido, bastante significativo”, para que os prazos médios de pagamento correspondessem aos da administração pública regional, atualmente nos 29 dias, “os mais baixos do país”.
“Esse esforço foi implementado no âmbito do IROA”, destacou Sérgio Ávila, que reconheceu que os prazos médios de pagamento a fornecedores neste instituto estão “bastante acima” aos 29 dias de média na região, mas não adiantou em quanto tempo.
O objetivo é que tanto o IROA como os hospitais tenham prazos médios de pagamentos próximos da média regional, explicou, sublinhando que os 29 dias de média são dados apurados “a nível nacional”, pelo Ministério das Finanças.
Quanto aos hospitais, Sérgio Ávila assegurou que o Governo Regional vai “implementar este ano uma estratégia no sentido de também reduzir de forma bastante significativa os prazos médios de pagamentos aos fornecedores”, apesar de os hospitais terem “uma questão adicional”, porque “uma parte muito significativa de dívida a fornecedores corresponde ao facto de haver uma dívida de subsistemas nacionais aos hospitais”.
Também nos hospitais o objetivo é que tenham “um nível médio de pagamentos correspondente à administração regional”, sendo este um “objetivo” e um “compromisso” que o Governo dos Açores vai “conseguir concretizar ao longo de 2013”, disse Sérgio Ávila.
Os pagamentos da administração regional aos fornecedores têm sido, nos últimos dias, motivo de trocas de comunicados e declarações entre o principal partido da oposição nos Açores, o PSD, e o Governo Regional.
Na quarta-feira, o PSD/Açores apelou ao Governo Regional para regularizar as dívidas da administração às empresas das ilhas, considerando que seria importante para dinamizar a economia e responder à crise.
Segundo o deputado António Marinho, do PSD/Açores, que falava após um encontro com a Câmara de Comércio e Indústria da região, “os pagamentos a 30 dias muitas vezes referidos pelo Governo Regional são um mito, tal como o reconhecem os próprios empresários.”
Sérgio Ávila respondeu, através do jornal Açoriano Oriental, que não há pagamentos a fornecedores em atraso na administração pública dos Açores, apesar dos casos do IROA e dos hospitais, e que os 29 dias de média para liquidação de contas são apurados pelo Governo da República.
O líder do PSD/Açores, Duartes Freitas, considerou já hoje que estas afirmações de Sérgio Ávila foram, porém, “uma confissão pública” de que há atrasos nos pagamentos.
Lusa
