Introdução de novas tecnologias na cultura do ananás gerará maior competitividade

ananasConstituída em 1972 a Cooperativa PROFRUTOS, assinalou esta sexta-feira o seu 45º aniversário, reunindo no Anfiteatro do Centro Cívico de Santa Clara, em Ponta Delgada, um painel de convidados que discutiram a situação actual desta cultura com expressão na ilha de São Miguel.

Desde a investigação extensiva sobre o fruto, pelo Prof. Baptista, da Universidade dos Açores, às particularidades da sua cultura e dos seus benefícios para a saúde humana pelo Eng. Paulo de Carvalho, à aplicação de sistemas de irrigação com o objetivo da otimização de recursos e desenvolvimento de maior eficiência no uso de água pelo Eng. Líquida. Lugar ainda para a Eng. Manuela Alves, da Direção Regional do Desenvolvimento Rural falar aos produtores das medidas de incentivos existentes para aplicação agrícola.

No decorrer da iniciativa o Secretário Regional da Agricultura e Florestas desafiou os proprietários de estufas de ananás a aproveitarem os fundos comunitários para recuperar as estruturas abandonadas, aumentando assim a área de cultivo, salientando que “só tendo mais área de cultivo e mais toneladas de produção o ananás dos Açores poderá ter mais força e potencial económico”, assegurando João Ponte que o Executivo continuará a apoiar a produção desta “importante cultura, quer no investimento, mantendo a diferenciação positiva das ajudas no setor frutícola, quer através das verbas atribuídas ao abrigo do POSEI”, reforçando que é fundamental “que se continue a estudar esta cultura”, com o objectivo de melhorar a qualidade “e introduzir novas técnicas produtivas, que façam diminuir custos de produção, mas sem desrespeitar o caderno de especificações de Denominação de Origem Protegida (DOP)”, defendeu o Governante.

O titular da pasta da Agricultura reforçou ainda que o crescimento de 5,5% em 2016 comparativamente ao ano anterior deverá ser um fator de motivação, cabendo aos produtores e às suas organizações continuar a efetuar um esforço com o objetivo de facilitar o escoamento e valorizar cada vez mais as suas produções, elogiando a Profrutos como “um bom exemplo desse esforço” .

 

Presente na cerimónia, também o Presidente da Câmara Municipal de Ponta Delgada alertou para a necessidade de se introduzir novas tecnologias para gerar maior competitividade na cultura do ananás, considerando ser necessário aumentar a expetativa para que haja um maior consumo e mais exportação, uma vez que se trata de “um produto genuíno, de interesse económico e de elevada importância identitária dos Açores, enquanto destino turístico”.

José Manuel Bolieiro, sobre a PROFRUTOS valorizou a qualidade de pedagoga da cooperativa ao introduzir novas tecnologias, criando maior competitividade na produção do ananás na Região considerando que esta “é um orgulho para os Açores” e necessita de um maior envolvimento das políticas públicas “porque estamos a falar de um fruto que prestigia a ilha de São Miguel em particular e os Açores em geral”.

A necessidade de se avançar para a inovação na cultura do ananás e para a aplicação do sistema de rega automática na cultura do ananás dos Açores, foi também referenciada por Álvaro Dâmaso, Presidente da PROFRUTOS que reiterou a necessidade e importância dos programas de incentivo a esta cultura, salientando que 50% da produção deste fruto fica no mercado interno e é necessário “avançar para a diminuição da sazonalidade da cultura do “Fruto Rei”, disse sobre o ananás dos Açores, “um produto único, com um mercado próprio e que constitui um valor acrescentado para a economia açoriana”.

 

Foi no século XIX que o Ananás dos Açores passou a ser considerado um produto com potencial para a economia açoriana, estimulado pela necessidade de encontrar um novo produto que preenchesse a lacuna deixada pela laranja no circuito comercial de exportação, cujos pomares haviam sido afectados pela doença da gomose.

A introdução do ananás foi feita entre 1848 e 1850. Em 1864, foi construída a primeira estufa de dimensão industrial com capacidade para 800 plantas, chegando a atingir na época áurea de cultura um património de 4.300 estufas de produção. Foi também 1864 o ano da primeira exportação de ananás, que aconteceu no dia 12 de Novembro, segundo registos históricos, com destino a Londres.

Constituída em 1972 por 33 associados, fruto da necessidade de criar um organismo que estivesse mais próximo do produtor, a PROFRUTOS − Cooperativa de Produtores de Frutas, Produtos Hortícolas e Florícolas de São Miguel tem como principal actividade a comercialização de Ananás dos Açores/S. Miguel DOP, detendo uma quota de produção de 68%. É o agrupamento gestor da Denominação de Origem Protegida (DOP) Ananás dos Açores/S. Miguel.

A PROFRUTOS conta hoje com mais de 200 associados, e comercializou e cerca de 480 toneladas.

Estima-se que a produção total de são Miguel ronde as 800-900 toneladas ano.

 

 

 

 

Açores 24Horas

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