O ‘Catálogo Ilustrativo de Raias e Tubarões dos Açores’, apresentado na quarta-feira à noite em Angra do Heroísmo, é um trabalho dos investigadores João Pedro Barreiros, da Universidade dos Açores, e Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista.
“É uma forma de profissionais e de qualquer pessoa que goste do mar poderem conhecer e visualizar as espécies que ocorrem na Zona Económica Exclusiva dos Açores, na margem das 200 milhas”, afirmou João Pedro Barreiros, salientando que a obra resulta de uma “pesquisa exaustiva sobre o que se sabe de cada uma das espécies”.
Para este investigador, trata-se de “um contributo para o conhecimento científico de um grupo de animais que é bastante específico”.
“Há espécies que são praticamente desconhecidas”, frisou, acrescentando que este tipo de publicações “aumenta o conhecimento da biologia destas espécies misteriosas, de grande profundidade, que ninguém vê e nem os pescadores conhecem”.
Uma das espécies descritas no livro é o ‘Azores DogFish’, um tubarão de profundidade, de que são conhecidos apenas dois exemplares, o primeiro dos quais foi “apanhado nos anos 70 entre as ilhas das Flores e do Corvo” por um navio pesqueiro da frota da União Soviética e está depositado no Museu de História Natural de S. Petersburgo, na Rússia.
O ‘Azores DogFish’ só foi descrito para a comunidade científica internacional em 1988, tendo o segundo exemplar sido apanhado mais recentemente, também no mar dos Açores.
O catálogo, publicado em português e inglês, inclui uma parte informativa sobre tubarões e raias com os principais aspetos da sua biologia, “espécie por espécie, porque cada caso é um caso”.
As imagens, segundo João Pedro Barreiros, possuem comentários “relativos à importância pesqueira da espécie, ao seu estatuto de vulnerabilidade” e, no caso dos tubarões, sobre “o potencial perigo que podem representar para os humanos”.
Lusa