Investigadores lançam livro ilustrado sobre tubarões e raias

O primeiro catálogo ilustrado publicado em Portugal sobre raias e tubarões, da autoria de investigadores das universidades dos Açores e de S. Paulo, no Brasil, descreve 52 espécies encontradas no mar dos Açores, incluindo algumas quase desconhecidas.
 
 

O ‘Catálogo Ilustrativo de Raias e Tubarões dos Açores’, apresentado na quarta-feira à noite em Angra do Heroísmo, é um trabalho dos investigadores João Pedro Barreiros, da Universidade dos Açores, e Otto Gadig, da Universidade Estadual Paulista.

“É uma forma de profissionais e de qualquer pessoa que goste do mar poderem conhecer e visualizar as espécies que ocorrem na Zona Económica Exclusiva dos Açores, na margem das 200 milhas”, afirmou João Pedro Barreiros, salientando que a obra resulta de uma “pesquisa exaustiva sobre o que se sabe de cada uma das espécies”.

 

Para este investigador, trata-se de “um contributo para o conhecimento científico de um grupo de animais que é bastante específico”.

“Há espécies que são praticamente desconhecidas”, frisou, acrescentando que este tipo de publicações “aumenta o conhecimento da biologia destas espécies misteriosas, de grande profundidade, que ninguém vê e nem os pescadores conhecem”.

Uma das espécies descritas no livro é o ‘Azores DogFish’, um tubarão de profundidade, de que são conhecidos apenas dois exemplares, o primeiro dos quais foi “apanhado nos anos 70 entre as ilhas das Flores e do Corvo” por um navio pesqueiro da frota da União Soviética e está depositado no Museu de História Natural de S. Petersburgo, na Rússia.

 

O ‘Azores DogFish’ só foi descrito para a comunidade científica internacional em 1988, tendo o segundo exemplar sido apanhado mais recentemente, também no mar dos Açores.

O catálogo, publicado em português e inglês, inclui uma parte informativa sobre tubarões e raias com os principais aspetos da sua biologia, “espécie por espécie, porque cada caso é um caso”.

As imagens, segundo João Pedro Barreiros, possuem comentários “relativos à importância pesqueira da espécie, ao seu estatuto de vulnerabilidade” e, no caso dos tubarões, sobre “o potencial perigo que podem representar para os humanos”.

 

 

Lusa

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