O Secretário Regional da Agricultura e Florestas salientou, esta quarta-feira, os investimentos na modernização da fábrica de lacticínios da Pronicol, na ilha Terceira, considerando que se trata de “uma indústria que está focada no futuro”.
João Ponte, em declarações no final de uma visita à fábrica, considerou que os investimentos em curso “traduzem uma aposta na valorização dos produtos lácteos regionais, tendo em vista a sua colocação nos mercados externos”.
Para o titular da pasta da Agricultura, esta é uma questão associada ao preço do leite pago ao produtor, já que, “para a indústria ter condições para aumentar e pagar um preço justo ao produtor, é preciso colocar os produtos nos mercados certos que os valorizem”.
“Essa é a preocupação da indústria e o Governo dos Açores quer que isso seja possível e que seja refletido em termos de preços pagos aos produtores”, frisou.
O Secretário Regional considerou que o diferencial ainda existente entre o preço do leite pago na Terceira em relação a S. Miguel “é uma situação dos mercados”, dado que se trata de uma indústria única que existe na ilha, ligada ao Grupo Lactogal.
“A estratégia passa também por sensibilizar este Grupo para a especificidade da Região. É importante que dê sinais ao encontro das expetativas dos agricultores de um acréscimo do preço do leite ou permita um aumento da produção, já que os agricultores terceirenses investiram nesse sentido nas suas explorações”, afirmou.
João Ponte anunciou que terá uma reunião a 16 de janeiro com o Presidente da Lactogal para o “sensibilizar” para essa necessidade, mas também para “perceber a estratégia do Grupo para a Região e, nomeadamente, para a ilha Terceira”.
O Secretário Regional esteve também hoje reunido, na Praia da Vitória, com a Associação de Municípios da Região Autónoma dos Açores (AMRAA), num encontro em que esteve em análise o plano de combate às pragas de roedores no arquipélago, “um assunto transversal a todas as câmaras municipais e que é um desafio também para o Governo Regional”.
“É preciso haver uma grande articulação em termos de combate aos roedores, que passa pela aplicação de rodenticida e por campanhas de prevenção, e também a assunção de responsabilidades pelos agricultores, pelas autarquias e pelo Governo Regional dos Acores”, frisou.
Para o Secretário Regional, “há uma vontade de articulação, que é algo que já foi feito no passado mas que é preciso aprofundar no futuro, no sentido de vencermos esta praga dos ratos, que causa prejuízos não só na agricultura, mas também algum desconforto junto das populações”.
Outra das preocupações manifestada pela AMRAA tem a ver com a alteração do regime jurídico dos baldios na Região.
“É uma situação nova que nos foi colocada e que vamos analisar, sendo que o Governo Regional está disposto a alterar aquilo que for possível, indo ao encontro das expetativas dos municípios e dos agricultores”, assegurou o Secretário Regional.