De acordo com a Antena 1 Açores, surgiram problemas técnicos que poderão vir a limitar a capacidade de carga do navio a nível do número de passageiros e de viaturas o que, por sua vez, desrespeitará os requisitos do caderno de encargos – embarcação com 97 metros de comprimento e capacidade para transportar 750 passageiros e 140 viaturas. A rádio pública mais garante que a apreciação do IPTM consta de um relatório de Janeiro último que dá conta que aquele instituto não aceitou as alterações propostas pelos Estaleiros e que os problemas observados reportam-se a uma “fase já tardia de construção”. Recorde-se que o Governo Regional anunciou no final de 2008 que os problemas de estabilidade em avaria do navio “Atlântida” estavam solucionados. Na altura, o secretário regional da Economia especificou que a anomalia referia-se a “uma situação de acidente com alagamento” o que fazia com que “o navio não tivesse o comportamento que as especificações técnicas da sua classe impunham”. Vasco Cordeiro precisou, ainda, que a anomalia em questão “não colocava em causa” o comportamento do navio noutras circunstâncias, como por exemplo, navegabilidade, estabilidade, ou segurança. Por isso, e no seguimento da troca de informações, foram propostas intervenções que, na opinião dos estaleiros, poderiam resolver a anomalia detectada. Nas palavras de Vasco Cordeiro, o Governo Regional informou então os estaleiros Navais de Viana do Castelo de que “só aceitaria essas intervenções se as mesmas resolvessem em absoluto a anomalia detectada, não pusessem em causa a operacionalidade do navio nos portos para os quais se encontra prevista a sua operação, e que, para além disso, não se traduzissem num incumprimento das especificações técnicas do navio, dentro dos valores e bandas previstos no contrato de construção”. As intervenções traduziam-se na eliminação de peso na zona dos decks superiores e no aumento do lastro sólido do navio. Ora, segundo informou o governante, na sequência dos testes realizados (em Novembro) pelos Estaleiros ficava demonstrado que o problema, com as intervenções sugeridas, seria completa e totalmente solucionado, mantendo o navio a sua capacidade de operar nos portos previstos e a velocidade dentro dos limites e bandas que o contrato considera aceitáveis. Assim, no que respeita à entrega do navio, as informações fornecidas pelos estaleiros permitiriam contar com o “Atlântida” na operação deste ano, a qual se inicia no mês de Maio.
Ontem, a maioria socialista chumbou a audição do secretário regional da Economia em sede de comissão parlamentar, solicitada pelo PSD/Açores, para esclarecer dúvidas sobre os barcos encomendados pelo Governo Regional. Somente o PSD, CDS-PP e BE votaram favoravelmente a proposta dos sociais-democratas, apresentada na última terça-feira, que pretendia ouvir explicações do governante com a tutela dos transportes sobre a construção das novas embarcações encomendadas pelo Executivo. A Comissão Especializada Permanente de Economia é composta por sete deputados do PS, quatro do PSD, um do CDS-PP e outro do BE. O assunto será agora debatido não à porta fechada ( em sede de Comissão) mas numa sessão de perguntas e respostas ao Governo Regional numa das próximas sessões plenárias, na Horta.