O Presidente da República atravessou hoje o Canal do Faial no “Mestre Simão”, e ele mesmo fez soar a buzina quando o navio deixou o porto da Madalena do Pico, numa experiência que descreveu como “a insularidade vivida”.
Marcelo Rebelo de Sousa foi forçado a fazer esta travessia marítima, entre a bruma, devido a nuvens baixas que, a meio da tarde, impediam a aterragem no Aeroporto da Horta, mas no final confessou aos jornalistas que “queria vir de barco”, exclamando: “Adoro o mar. Faz um bem à alma”.
O chefe de Estado disse não saber se o tempo instável dos Açores “foi desculpa” para se substituir a viagem de avião pela ligação marítima entre a Madalena do Pico e a Horta, no Faial: “Quem decidiu foi o senhor general chefe da Casa Militar, mas eu adorei, adorei”.
“Foi espetacular. Isto é a insularidade vivida em toda a sua expressão. Eu acho que o senhor presidente do Governo Regional também arranjou isto para mostrar um bocadinho como é”, acrescentou.
O presidente do executivo açoriano, Vasco Cordeiro, que estava ao seu lado, retorquiu: “Vá-se lá saber”.
Nesta meia hora de travessia, pelo estreito de 8,3 quilómetros que separa o Pico do Faial, Marcelo Rebelo de Sousa foi grande parte do tempo na ponte de comando do navio, batizado com o nome de um mestre famoso pela sua bravura nas ligações marítimas das “ilhas do triângulo”: Pico, Faial e São Jorge.
Ainda a bordo, durante a atracagem no porto da Horta, o Presidente da República conversou um pouco com portugueses e turistas que estavam no convés, incluindo um holandês, que se espantou com a sua presença descontraída no meio dos passageiros: “É tão bom que possa fazer isto, tranquilo, sem problemas. Seria impossível na Holanda”.
Marcelo Rebelo de Sousa respondeu-lhe que Portugal “é um país seguro”, depois de elogiar as paisagens dos Países Baixos, e as dos Açores: “É um país bonito, mas isto também é bonito, é diferente. É um paraíso, longe do mundo”.
No seu quarto dia de visita aos Açores, Marcelo Rebelo de Sousa viajou ao final da manhã do Pico para a Graciosa, e estava previsto que de lá seguisse em avião militar para a Horta.
No entanto, quando o chefe de Estado iria seguir para o Faial, foi feita uma avaliação das condições meteorológicas, que levou à decisão de divergir o voo para o Pico, onde aterrou perto das 16:25 locais (mais uma hora em Lisboa), para depois atravessar de barco o canal.
Lusa