Jardim Botânico do Faial desenvolve recuperação do teixo dos Açores (Taxus baccata)

 

teixo Taxus baccataForam hoje apresentados na Cidade da Horta, ilha do Faial, progressos no trabalho de conservação de espécies raras ou em risco que tem sido desenvolvido nos Açores, realçando-se neste contexto o Jardim Botânico do Faial, que já tem armazenado cerca de três milhões de sementes no seu Banco de Sementes, 45 espécies que correspondem a mais de 400 amostras e cerca de três milhões de sementes”, sendo um dos objetivos deste espaço a promoção e sensibilização da população para a riqueza florística dos Açores através da manutenção da coleção viva de plantas, a propagação de plantas endémicas (viveiro), ações de restauro ecológico e pelo controlo de ameaças (erradicação de espécies invasoras e controle de atividade humana) às populações naturais de espécies endémicas.

No âmbito desta política de conservação da flora foi apresentado o trabalho desenvolvido com o teixo dos Açores (Taxus baccata), tendo sido salientada “a grande relevância” desse trabalho “pela dificuldade de reprodução desta espécie”, tendo sido já obtido uma taxa de sucesso de enraizamento de 16% das estacas recolhidas na ilha do Pico.

Nesse contexto, Hernâni Jorge, Diretor Regional do Ambiente, sublinhou o objetivo do Governo dos Açores no desenvolvimento de protocolos para a reprodução destas espécies, agora com destaque para o teixo, que foi em tempos abundante nos Açores, tendo inclusive sido relatada a sua presença por Gaspar Frutuoso em seis ilhas açorianas.

“A nossa preocupação é conservar” e conseguir que, “num futuro próximo, possam ser criadas em quantidade, em cativeiro, e depois colocadas em meio natural, promovendo repovoamentos das espécies pelas nossas ilhas”, adiantou Hernâni Jorge, referindo-se ainda a um protocolo estabelecido entre o Governo dos Açores e o Centro de Biotecnologia da Universidade dos Açores para “a micropropagação desta espécie”.

A exploração de teixo nos Açores para mobiliário luxuoso data de 1450, época em que já era conhecida por ser uma madeira nobre, e prolongou-se até 1760 na ilha do Pico.  Atualmente está classificado como “provavelmente extinto”, existindo o registo de apenas cinco indivíduos na ilha do Pico.

Em 2010, foi publicado um artigo científico que demonstrou que os teixos dos Açores pertencem a uma linhagem diferente dos restantes teixos, uma linhagem ancestral mais antiga que os teixos presentes na Eurásia e em África, o que torna ainda mais importante a conservação destas árvores.

Pub

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here