O presidente do PSD-Madeira, Alberto João Jardim, afirmou hoje compreender a decisão do primeiro-ministro e líder nacional do partido, Pedro Passos Coelho, de não participar na campanha do partido para as eleições legislativas regionais de outubro. “O senhor primeiro-ministro, na qualidade de líder do PSD, nunca foi convidado para vir à Madeira. Ele é que nos informou que tinha colocado na sua agenda a possibilidade de vir à Madeira”, disse Alberto João Jardim à RTP e SIC após o comício de pré-campanha hoje realizado no Tecnopolo, no Funchal. Jardim realçou que Pedro Passos Coelho “não precisava de convite” para se deslocar à Madeira, acrescentando: “Compreendo, e sou o primeiro a aceitar, a opção dele como primeiro-ministro”. O primeiro-ministro e presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou hoje que não vai participar na campanha do candidato social-democrata Alberto João Jardim às eleições regionais da Madeira de 09 de outubro. Em entrevista à RTP1, Pedro Passos Coelho considerou que “nas atuais condições, em que foi conhecido pelo País uma situação que é grave e que é irregular, que tem custos de reputação para Portugal, não seria compreensível que o primeiro-ministro fizesse qualquer confusão de caráter partidário e se envolvesse na campanha eleitoral da Madeira”. Passos Coelho acrescentou que “o Governo de Portugal tem de assegurar, em primeiro lugar, que todo o trabalho que vai ser feito e completado de avaliação da real situação da Madeira não será objeto de olhares partidários, mas de olhares de Estado”. O líder madeirense salientou ainda que “a Madeira está a servir para disfarçar a situação do País”, garantindo que esta decisão de Pedro Passos Coelho “não aquece nem arrefece”. Para justificar a afirmação, argumentou: “Se forem ver a história das eleições regionais, nunca veio ninguém de Lisboa às eleições regionais, esta ia ser a primeira vez e os senhores conhecem sempre os resultados das eleições regionais”. O presidente do PSD-Madeira realçou não precisar de “qualquer confiança política de nenhum presidente do PSD nacional”. Como disse: “O partido é autónomo aqui na Madeira, tem congresso próprio e é o partido aqui na Madeira que elege os seus órgãos e seus candidatos. O PSD nacional não tem nada a ver com o que se passa no PSD na Madeira. Que isto fique bem claro”. Alberto João Jardim sublinhou que o que “se tem passado ultimamente, há coisas que serão esclarecidas depois a campanha, porque o dia 09 de outubro não é o fim da história e depois há coisas que vão ter que ser esclarecidas, tais como esta campanha contra a Madeira que, inclusivamente, teve cumplicidades dentro do PSD”. Contudo, adiantou que este “é um assunto para ser discutido no interior do Partido Social-Democrata”. Como recado, afirmou: “Os senhores lá no Continente, talvez herdeiros do tempo de Dr. Salazar, curvam-se ao senhor primeiro-ministro, ao senhor presidente da câmara, mas sabem o meu feitio e sabem que me estou nas tintas para isso tudo”. Jardim disse ainda que Pedro Passos Coelho se “tem portado bem com a Madeira até agora”, mencionando que falou várias vezes com ele durante o tempo que férias que passou na ilha do Porto Santo. Anunciou que o seu interlocutor com o Governo da República é o secretário regional do Plano e Finanças, Ventura Garcês, declarando que como está “muito ocupado”, este será o responsável, “daqui por diante, [por] tudo o que seja finanças”. E avisou: “Já sabem que levam uma nega sempre que vierem falar de finanças e ponto final”.