Em declarações aos jornalistas à margem de uma homenagem a Catarina Eufémia, em Baleizão, Beja, Jerónimo de Sousa lembrou que “há 20 anos”, quando Cavaco Silva era primeiro-ministro, tentou precisamente através de um pacote laboral essa alteração”.
“É um exemplo de tentar reduzir, amarfanhar, pisar direitos que estão plasmados na lei e na contratação coletiva, achamos isto inadmissível”, declarou.
Pedro Passos Coelho, anunciou, em entrevista à agência Lusa, que vai propor reduzir o número de feriados em Portugal e encostar alguns ao fim de semana, quando questionado sobre se concorda com a ideia defendida pela chanceler alemã, Angela Merkel, de que é preciso reduzir os dias de férias em Portugal.
Segundo Passos Coelho, é possível haver “maior racionalidade” e “não sobrecarregar em excesso o calendário do trabalho semanal com feriados que seja perfeitamente possível encostar ou ao fim de semana ou a pontes mais curtas”.
Jerónimo de Sousa afirmou que a ideia de Passos Coelho “demonstra que os direitos conquistam-se mas não são eternos” porque “as classes dominantes e aqueles que os servem procuram sempre recuperar essas parcelas perdidas”.
“A direita está contra os trabalhadores e os seus direitos, não contra os bancos e os banqueiros”, referiu.
E o secretário-geral comunista não deixou Angela Merkel sem resposta, afirmando que a sua ideia de que há férias a mais em Portugal “é uma provocação” em relação à soberania de Portugal.
“Vir a senhora Merkel tentar dizer como devemos fazer é mau sinal, significa perda de soberania e a arrogância de uma potência que ajudou muito Portugal a estar nesta situação e que vem fazer comparações incomparáveis”, afirmou.