“O futuro do Centro Histórico de Ponta Delgada não pode ser apenas pensado pela governança local e com meros objetivos eleitorais. Deve, sim, contar com a participação de todos e ter um verdadeiro sentido estratégico de médio prazo”.
Foi desta forma que o Presidente da Câmara de Ponta Delgada, José Manuel Bolieiro, encerrou o Workshop sobre “A Cidade, o centro e a(s) História(s): visões, perspetivas e análises entre gerações”, organizado pela autarquia para assinalar o Dia Nacional dos Centros Históricos.
José Manuel Bolieiro, que quer pensar Ponta Delgada até 2020, defendeu um “pensamento livre e crítico” para o futuro do Centro Histórico da cidade e agradeceu aos oradores do Workshop, António Soares de Sousa, Rui Sabino de Sousa, Teresa Tiago e José de Almeida Mello, a participação na iniciativa que quer ver repetida.
O Presidente da Câmara desafiou os oradores a continuarem a ter um “pensamento crítico e construtivo” sobre o Centro Histórico de Ponta Delgada, reforçando a ideia de que os objetivos que o Poder Local quer assumir para o presente e para o futuro não podem ser feitos de forma unilateral.
“Quero contar com a participação de todos no sentido estratégico que tenho para o futuro de Ponta Delgada. Uma participação intergeracional, como aconteceu neste Workshop, que possa tornar públicas as diferentes observações e intervenções críticas sobre o que temos em vista para melhorar o nosso centro histórico e os nossos projetos para o futuro” – sublinhou.
Para José Manuel Bolieiro, a persistência das várias forças vivas e das personalidades do concelho é “fundamental para a criação de uma ideia. Vou persistir na vossa apreciação crítica para que possamos ser todos agentes de mudança na vida da nossa comunidade e do que se quer para os nossos espaços públicos”.
“Não se pode pensar apenas no amanhã porque estamos em ano de eleições. Temos que pensar a médio prazo porque Ponta Delgada não se coaduna com medidas avulsas. Recuso-me a pensar apenas com base em objetivos eleitorais e quero criar um sentido global para que Ponta Delgada seja uma cidade ainda mais inteligente. Para isso, preciso de ouvir a opinião de todos com sentido estratégico para o desenvolvimento futuro. A pluralidade e a participação são essenciais nas decisões que tomamos relativamente à coisa pública” – acentuou.
O Workshop, moderado por Luís Almeida, decorreu na Academia das Artes dos Açores e contou com participação de algumas dezenas de munícipes, tendo debatido o que se pretende para Ponta Delgada em termos de futuro, nomeadamente no que respeita à integração do novo no antigo, ao centro histórico como centro de um futuro sustentado, à cidade em constante mutação e à inteligência competitiva que se pretende para a maior urbe açoriana.
No debate, ficou clara a necessidade de serem encontradas alternativas para trazer mais pessoas à cidade e torná-la mais viva; transformar o comércio tradicional numa marca de valor da cidade; unir forças com vista à reabilitação urbana, mesmo que seja necessário trazer as experiências que resultaram noutras cidades.
A criação de mais serviços na cidade, precisamente para dar mais vida a Ponta Delgada, foi uma das ideias defendidas ao longo do debate, também preconizado por José Manuel Bolieiro.